Guia de Leitura: Nos tempos da ditadura militar


“Passados presentes” relembra o Golpe Militar de 1964 e suas consequências para o país

Passados: Relembrando os tempos da ditadura

“Enfrentando os discursos falaciosos de exaltação ao golpe de 1964 e à ditadura militar – cada vez mais disseminados em época de fake news – este livro repassa a história de vinte anos de ditadura militar no Brasil, oferecendo argumentos e dados para uma reflexão criteriosa sobre o nosso recente passado autoritário, que insiste em se fazer presente”. Esta é a apresentação do livro “Passados presentes – o golpe de 1964 e a ditadura militar” de Rodrigo Patto Sá Moura que acaba de ser lançado pela editora Zahar.

O livro explica porque o movimento de 1964 foi um golpe militar e não uma revolução como querem seus defensores. O “milagre econômico” dos militares e suas consequências, como a imensa dívida externa que o Brasil levou décadas para saldar. O uso político do combate à corrupção e outros temas que tem sido levantados recentemente. Como nas manifestações do último dia 7 de setembro, onde partidários do atual governo foram às ruas pedir um novo AI-5 e a volta da ditadura.

Os boatos de um novo golpe militar não se concretizaram e é fácil entender porque. Os tempos são outros. Em 1964 o governo norte-americano apoiou a implantação de uma série de ditaduras de direita no Brasil, na Argentina e no Chile. Porque temia a aliança de governos de esquerda com a União Soviética. Algo que tinha acontecido em Cuba. Hoje a União Soviética não existe mais e os americanos estão preocupados com a mudança climática e a pandemia.

Em 1964 o governo do presidente Lyndon Johnsson posicionou um dos maiores porta-aviões da marinha norte-americana, o USS Forrestal, na costa brasileira, para dar apoio ao golpe de 64. Coisa que o presidente Joe Biden jamais faria. O discurso atual da Casa Branca é da defesa do meio ambiente, tão maltratado pelo governo atual, e da democracia. Não existe volta ao passado e os amantes dos governos verde oliva deviam ler este livro. Para entender o que realmente aconteceu naquela época. Mas é claro que essa turma não lê e só se alimenta dos boatos que circulam pelas redes sociais. E aí “quebram a cara” como aquele tal de “Zé trovão” que foi parar lá no México, a procura de asilo.

 

Jorge Luiz Calife

 





Fonte: Diário do Vale