Gothardo Netto, ex-prefeito de Volta Redonda, é preso em operação que investiga corrupção no governo do Rio




Investigação apura suposto envolvimento em desvios nos contratos emergenciais para a Covid-19. Defesa de Gothardo diz que desconhece as razões legais que motivaram a decisão de prisão. Polícia Federal no condomínio de Gothardo Netto, em Volta Redonda
TV Rio Sul
Equipes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal estiveram no condomínio do médico e ex-prefeito de Volta Redonda, Gothardo Netto, na manhã desta sexta-feira (28) para cumprir mandados de busca e apreensão. Gothardo foi preso durante uma operação que investiga corrupção no governo estadual.
A ação faz parte do desdobramento da operação que afastou o governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por irregularidades em contratos de saúde após decisão do Superior Tribunal de Justiça.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, o governador tem “participação ativa no conhecimento e comando das contratações com as empresas investigadas”.
A acusação leva em conta pagamentos feitos por empresas da família de Gothardo Lopes Netto ao escritório da primeira-dama Helena Witzel.
Segundo as investigações, o Hospital Hinja, que é de propriedade de Gothardo, teria depositado mais de R$ 550 mil nas contas do escritório de advocacia da mulher do governador no período de agosto de 2019 e maio de 2020.
De acordo com a Procuradoria da República, os recursos tem relação com lavagem de dinheiro e corrupção.
Também são objeto da denúncia pagamentos efetuados por empresas ligadas ao empresário Mário Peixoto ao escritório de advocacia da primeira-dama.
Conforme consta da acusação encaminhada ao STJ, a contratação do escritório de advocacia consistiu em artifício para permitir a transferência indireta de valores de Mário Peixoto e Gothardo Lopes Netto para Wilson Witzel.
A defesa de Gothardo disse em nota que desconhece as razões e fundamentos legais que motivaram a decisão da decretação da medida prisional e que não possui meios para apresentar maiores esclarecimentos no momento.
No total, são cumpridos 17 mandados de prisão, sendo 6 preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão. A Procuradoria-Geral da República denunciou nove pessoas.
Além de Gothardo, também estão entre os alvos de mandados de prisão o Pastor Everaldo, presidente do PSC – partido de Wiztel e Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico.
Entre os alvos de mandados de busca estão a primeira-dama, Helena Witzel, o vice-governador, Cláudio Castro, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT) e o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) Marcos Pinto da Cruz.
Agentes estiveram em condomínio do ex-prefeito Gothardo Netto, em Volta Redonda
TV Rio Sul



Fonte: G1