Diretor da CSN diz que eleição sindical afeta acordo coletivo

Diretores da CSN estão preocupados com interferência do processo eleitoral na negociação do acordo coletivo – Foto: Arquivo.

Volta Redonda- O diretor Institucional da CSN, Luiz Paulo Barreto, afirmou que o processo eleitoral do Sindicato do Metalúrgicos do Sul Fluminense está interferindo de forma negativa na negociação do acordo coletivo entre os metalúrgicos e a CSN.

Segundo ele, a oposição sindical está inflando os trabalhadores a rejeitarem as propostas, sem uma análise mais detalhada.
—Existe uma interferência do processo político-eleitoral nas negociações do acordo. As propostas feitas pela empresa foram descartadas sem uma análise mais detalhada. Estão usando o a negociação do acordo como pretexto e plataforma de campanha. Isso prejudica principalmente os trabalhadores, que continuam sem reajuste salarial e sem abono, e também afeta a empresa e a própria cidade, já que o abono e a melhora no poder de compra do trabalhador aumenta a circulação de dinheiro no comércio, gerando emprego, renda e impostos para a prefeitura — disse Barreto.

A CSN já apresentou três propostas aos trabalhadores, duas delas foram rejeitadas em Assembleia e uma delas não foi levada à votação pelo sindicato. Nos últimos acordos coletivos, o acordo coletivo precisou de pelo menos três votações para ser aprovado e a empresa até o momento não informou quando pretende apresentar uma nova proposta aos trabalhadores.
O diretor de Gente e Gestão da CSN, Leonardo de Abreu, afirmou que a empresa sempre esteve aberta à negociação, mas reforçou que elas precisam respeitar a legislação. “A CSN só defende a legalidade. Vamos negociar sempre com quem quer esteja na direção do sindicato. Nas unidades de Congonhas e Itaguaí, as direções dos sindicatos pertencem à central sindical que abriga o movimento de oposição de Volta Redonda, e a empresa negocia normalmente com eles”, disse.

Proposta

Na proposta mais recente, rejeitada pelos metalúrgicos, a empresa ofereceu 11% de reajuste para quem recebe salário até R$ 3 mil mensais; 9% para quem ganha acima de R$ 3 mil até R$ 5 mil e 8% para quem ganha mais de R$ 5 mil.
O cartão alimentação, pela proposta, iria para R$ 450 mensais, com carga extra de R$ 800 em duas parcelas: uma de R$ 400 cinco dias depois da assinatura do acordo e outra no mesmo valor em dezembro deste ano.
Seria pago, também, um abono que corresponde a 76% do target, ou 1,9 salário. O abono já foi aprovado por mais de 90% dos votos pelos colaboradores da CSN Paraná. Os trabalhadores que registram ponto e usam banco de horas receberiam também uma carga extra de R$ 800, pela renovação do banco de horas.
O Diretor de RH esclareceu que está em negociação apenas a renovação do banco de horas. Com isso, a carência de seis meses iniciais para se começar a pagar as horas extras já foi cumprida e, daqui para frente, mensalmente serão pagas as horas extras não compensadas “Esse banco permite que o colaborador goze de descanso de acordo com o que vier a combinar diretamente com o seu gestor, dando mais mobilidade às compensações”, pontuou.

Plano de saúde

Outro ponto que vem sendo discutido entre os trabalhadores é o plano de saúde oferecido pela empresa. Segundo o Diretor de RH, antes da mudança da empresa que administra os planos de saúde, 95% dos atendimentos ocorriam em Volta Redonda e região e a regionalização do plano não trouxe prejuízos aos trabalhadores, que contam também com atendimento de urgência e emergência em todo território nacional;
Ele também destacou pontos positivos no plano de saúde oferecido pela atual prestadora. “Ele é regulamentado e oferece uma abrangência maior de procedimentos, como, por exemplo, atendimentos com psicólogos. Além disso, o fator moderador da LIV é menor”

Demissões

Uma liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST) derrubou as determinações da Justiça do Trabalho local e regional para que nove dos empregados despedidos pela empresa fossem readmitidos. Agora, a CSN está desobrigada de readmitir essas pessoas e só terá de fazê-lo se o plenário do TST mudar a decisão do Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho, o que pode demorar meses para ser decidido.

Benefícios atuais, pagos além do que determina a CLT:
– Plano de Saúde;
– Plano Odontológico;
– 70% das férias ao invés de 33,33% previsto na legislação;
– Horas-extras pagas com acréscimo superior aos 50% previstos na legislação;
– Auxílio-creche;
– Bolsas de estudo;
– Cartão alimentação;
– Seguro de vida;
– Previdência privada;
– Abono;
– Empréstimo sem juros;
– Convênio farmácia;
– Convênio academia.

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Fonte: Diário do Vale