De volta ao mundo de Duna


Refilmagem do clássico de Frank Herbert chega as telas sob a direção de Denis Villeneuve

Duna: A saga do planeta Arrakis ganha nova versão

“Duna” a famosa saga de ficção científica esta de novo nas telas. E ao contrário da versão de 1984, que condensava o romance de 675 páginas em duas horas de filme, a versão moderna, do cineasta canadense Denis Villeneuve é bem mais longa. Na verdade Villeneuve dividiu o romance em duas partes. A primeira parte é o filme de duas horas e 35 minutos que estreia nos cinemas esta semana. A segunda parte fica para daqui a um ano. É como “O senhor dos anéis” em que os livros da série eram filmados de dois em dois anos. E como no caso do romance de Tolkien a saga do planeta Duna rendeu mais de seis livros. Realmente não dá para mostrar tudo de uma vez só. E a maior crítica ao filme de 1984, do diretor David Lynch é que resumia demais a história.

A nova versão de Duna tem um elenco internacional e custou mais de 160 milhões de dólares. Os atores incluem a sueca Rebecca Ferguson, o havaiano Jason Momoa, o espanhol Javier Barden e o estreante Thimotée Chalamet, que nasceu em Nova York, de pai francês. A história é uma típica space opera, que cria um mundo essencialmente medieval, feudalista, numa galáxia milhares de anos no futuro. E como no mundo de hoje tem muita gente com saudade da Idade Média o filme deve ser um sucesso. Mas o leitor deve estar se perguntando o que é esse tal de Duna. E aqui eu acho que ninguém melhor do que uma personagem do livro para explicar tudo para vocês. Com a palavra a princesa Irulan:

“O começo é sempre um momento muito delicado. Saibam então que este é o ano 10.191. O Universo conhecido é governado pelo imperador Padishah, Shadam Quarto. Meu pai. Nesta época a substância mais preciosa do  Universo é a especiaria melange. A especiaria prolonga a vida, expande a consciência. E é vital para as viagens espaciais. Os navegadores da Guilda Espacial, a quem a especiaria transformou ao longo de quatro mil anos, usam o gás laranja da melange que lhes dá a habilidade de dobrar o espaço. Isto é, viajar para qualquer parte do Universo sem se mover.

Ah sim, eu esqueci de lhes contar. A especiaria existe em um único planeta em todo o universo. Um mundo seco e desolado de vastos desertos. Escondido entre as rochas destes desertos vive um povo conhecido como os Fremen, que há muito tempo guarda uma profecia. De que um homem virá, um messias que vai lidera-los para a verdadeira liberdade. O planeta se chama Arrakis, também conhecido como Duna.”

Mas a princesa não disse tudo. Ela também esqueceu de dizer que os desertos de Duna são povoados por umas minhocas maiores do que um porta-aviões. Com uma boca cheia de dentes de cristal prontos a triturar qualquer um que resolva fazer turismo por lá. E o planeta vive num estado de guerra permanente. A galáxia de Duna tem um imperador, mas os planetas são governados por nobres, duques e barões que dispõem de exércitos particulares e vivem lutando entre si.

É neste mundo que chega o jovem Paul Atreides, filho do Duque Leto e Lady Jessica. Sua família recebeu a missão de governar Arrakis e manter o fluxo da especiaria. Mas não sabem que vão cair em uma armadilha. O filme do Denis Villeneuve tem uma produção luxuosa, efeitos visuais impecáveis, e muita ação e lutas para garantir que ninguém vai ficar entediado. O único problema é ter paciência de esperar a segunda parte e ver como a história realmente termina. Mas quem não quiser esperar é só ler o livro.

 

Jorge Luiz Calife

 





Fonte: Diário do Vale