Cerca de 1,7 milhão de litros de produtos químicos continuam estocados em indústria desativada em Resende




Empresa Servatis deveria incinerar ou dar outros fins aos resíduos, mas decretou falência há dois anos. Alerta surgiu depois da explosão no Líbano. Cerca de 1,7 milhão de litros de produtos químicos estão estocados em indústria de Resende
Mais de 1,7 milhão de litros de resíduos químicos continuam estocados nos galpões da antiga Servatis, às margens da Via Dutra, em Resende, no Sul do Rio de Janeiro. A empresa fabricava defensivos agrícolas e também incinerava e tratava resíduos químicos de outras indústrias, mas decretou falência em dezembro de 2018.
O alerta surgiu depois que um armazém que guardava nitrato de amônio, um tipo de fertilizante, explodiu em Beirute, no Líbano, matando mais de 100 pessoas e deixando outras 4 mil feridas.
Em Resende, a retirada dos materiais foi determinada pela Justiça. Parte já foi removida, mas ainda há produtos perigosos sendo mantidos e gera preocupação por estar localizada perto de uma área residencial no bairro Campo Belo.
“São produtos inflamáveis, altamente perigosos e nocivos à saúde humana, ao meio ambiente e a ambientes aquáticos”, explicou o ambientalista Sérgio Ricardo, em entrevista ao RJ1.
Atualmente, o espaço tem aspecto de abandono, apesar de ainda contar com vigias trabalhando na segurança dos produtos que foram deixados por lá.
Os galpões são administrados por uma empresa do Rio de Janeiro. Em nota enviada à produção do RJ1, essa empresa admitiu que os produtos deveriam ser incinerados pela Servatis, mas o processo foi deixado de lado depois que as atividades da empresa foram encerradas.
Desde a falência da Servatis, cerca de 230 mil litros de produtos químicos e 56 toneladas de sódio metálico já foram retirados dos galpões.
Parte do material que continua nos galpões pertence à própria Servatis, mas também há uma grande quantidade de resíduos de outras empresas. São quase 600 mil litros pertencentes à empresa chamada Basf, que prometeu resolver o problema em breve, mas não estipulou um prazo, e 651 mil litros da empresa Adama, que pretende recorrer da decisão da Justiça.
Tragédia ambiental em 2008
Em 2008, um vazamento despejou oito mil litros de um inseticida chamado Endosulfan no Rio Paraíba do Sul e resultou na morte de milhares de peixes. Além disso, o vazamento obrigou sete cidades a interromper temporariamente a captação de água. Na época, a Servatis foi multada em R$ 33 milhões pela Comissão Estadual de Controle Ambiental, da Secretaria Estadual do Ambiente.
Cerca de 1,7 milhão de litros de produtos químicos estão estocados em indústria de Resende
Reprodução/TV Rio Sul



Fonte: G1