Buscas por casal desaparecido em Angra dos Reis entram no quarto dia; polícia apura hipóteses sobre sumiço | Sul do Rio e Costa Verde


As buscas pelo casal que desapareceu durante um passeio de barco na Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ), chegam ao quarto dia nesta sexta-feira (27). Ainda sem pistas, equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil retomaram os trabalhos às 7h. Eles vão percorrer a Baía da Ilha Grande e ampliar a raio de busca para a Baía de Sepetiba.

Cristiane Nogueira da Silva, de 48 anos, e Leonardo Machado de Andrade, de 50 anos, foram vistos pela última vez no domingo (22). Eles passavam o fim de semana juntos em uma casa na Praia da Longa.

Por volta de 16h30 do domingo, os dois saíram em um barco de pequeno porte, do tipo traineira, para ver o pôr do sol na Lagoa Verde, um dos pontos turísticos mais visitados da Ilha Grande. Desde então, não há notícias sobre eles.

O filho de Cristiane, Guilherme Brito, e familiares de Leonardo vieram para Angra nesta sexta para acompanhar de perto as buscas e refazer o caminho percorrido pelos dois.

O delegado da Polícia Civil de Angra dos Reis, Vilson de Almeida Silva, destacou que familiares estão sendo ouvidos e que uma nova pista foi apurada.

“Tivemos a informação que um casal muito parecido com Leonardo e Cristiane estavam em Jacuecanga. Fomos lá, vimos as imagens de circuito interno de restaurantes da localidade, mas infelizmente, não era o casal”.

“A gente continua com a investigação. Estamos conferindo várias informações que chegam pra gente de que o casal foi visto, mas nenhuma informação foi confirmada com a identidade do casal. Os bombeiros e a Capitania dos Portos estão fazendo buscas e as equipes estão na Ilha Grande verificando o paradeiro deles”.

Filho de Cristiane publicou nas redes sociais sua chegada em Angra — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Hipóteses de sumiço foram levantadas

Nos últimos dias, duas suspeitas do que poderia ter acontecido com o casal foram colocadas pela família dos desaparecidos. Primeiro, uma informação recebida apontou uma possível ida do casal a um restaurante flutuante. A movimentação poderia indicar pistas sobre o paradeiro deles. A pista foi verificada e descartada pela polícia.

“Tivemos a informação de que esse casal teria almoçado em um restaurante flutuante na Baía da Ilha Grande. Mandamos uma equipe lá para confirmar essa informação, e essa informação foi desmentida pelo proprietário do restaurante. Ele alegou que deve ter sido algum engano porque não reconheceu o casal”, informou o delegado de Angra.

Na quarta-feira (25), foi levantada a hipótese do casal ter sido vítima de um ataque de piratas. Apesar de não descartar nenhuma possibilidade diante da falta de informações, o delegado não acredita que esta seja a principal linha de investigação.

“Nós, em Angra dos Reis, não temos histórico de roubo a embarcação no mar, mas nenhuma linha de investigação está sendo descartada. Estamos tentando localizar essa embarcação para entender o que aconteceu com esse casal”, explicou Vilson de Almeida Silva.

Polícia Civil apura hipóteses sobre sumiço de casal no mar de Angra dos Reis

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Casal tentava reconciliação

Cristiane e Leonardo foram casados por quase três anos e estavam separados desde 2019. Na semana passada, eles combinaram de passar alguns dias juntos na Ilha Grande para tentar uma reconciliação.

Cristiane saiu do Rio de Janeiro (RJ) na sexta-feira (20) para encontrar com Leonardo na casa onde ele mora há cerca de um ano, na Praia da Longa.

Ela era aguardada por um motorista às 12h30 de segunda-feira (23), no Shopping Piratas, para ser levada de volta para casa, mas não apareceu.

Segundo o filho de Cristiane, não há nenhum histórico de violência entre Leonardo e Cristiane.

Casa em que eles estavam hospedados na Praia da Longa — Foto: Reprodução/Redes sociais

Caseiro fez as primeiras buscas

Nas últimas mensagens que Cristiane trocou com os parentes, ela disse que Leonardo tinha comprado presentes para que ela entregasse aos familiares. Depois, se despediu com um “até amanhã”, dando a entender que voltaria ao Rio no dia seguinte, como havia sido combinado.

Sem notícias da mãe, o filho de Cristiane começou a entrar em contato com pessoas ligadas ao ex-padrasto na Ilha Grande.

Segundo um marinheiro que também trabalha como caseiro para Leonardo, o patrão avisou que iria dar uma volta de barco com Cristiane para ver o pôr do sol na Lagoa Verde. O ponto turístico fica a pouco mais de 1,5 km de distância, um percurso que leva cerca de cinco minutos.

Distância entre a Praia da Longa e a Lagoa Verde é de pouco mais de 1,5 km — Foto: Google Maps

Os dois embarcaram na traineira “Novo Milênio I”, um barco de pequeno porte geralmente usado para pesca com rede. Segundo a Polícia Civil, Leonardo tem autorização para conduzir a embarcação.

“A partir das 22h, o caseiro começou a ficar desesperado. Quando deu meia-noite, ele foi procurar no local onde eles iam ver o pôr do sol e não os encontrou. O próprio caseiro emitiu em grupos de pescadores no WhatsApp fotos da embarcação, pedindo ajuda”, contou Guilherme.

Na segunda-feira, a família ainda acreditava que a falta de comunicação poderia ser apenas um problema com sinal de celular, o que é comum na Ilha Grande. No entanto, o aparelho de Cristiane foi encontrado na casa onde ela e Leonardo estavam, assim como outros pertences dos dois.

Um boletim de ocorrência foi aberto na delegacia de Angra dos Reis na terça-feira (24) e as buscas começaram no mesmo dia, mobilizando equipes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, da prefeitura de Angra dos Reis e da Marinha do Brasil.

Além de embarcações, um helicóptero também já foi usado na tentativa de localizar o barco. No entanto, ainda não há nenhuma pista concreta sobre o paradeiro do casal.

População pode ajudar com informações

Quem tiver informações que possam ajudar a polícia pode ligar para os telefones 185, número para emergências marítimas e pedidos de auxílio, (24) 3365-3355, diretamente com a delegacia de Angra dos Reis, ou enviar e-mail para [email protected].

Também é possível passar informações através do Disque Denúncia, pelo telefone 0300-253-1177, ou pelo aplicativo “Disque Denúncia RJ”. O anonimato é garantido.

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Fonte: G1