A China e o misterioso cubo na Lua


Formação enigmática foi detectada pelo veículo robô Yutu 2

Cubo: A estrutura sobressai no horizonte da Lua

O Yutu 2, é um veículo robô da agência espacial chinesa, que esta percorrendo as regiões inexploradas do polo sul da Lua, desde que desceu lá, levado pela nave Chang´e 4, em 3 de janeiro de 2019. Recentemente ele descobriu uma coisa muito interessante. Sua câmeras de tv captaram a imagem de um enorme cubo no horizonte lunar. Segundo as avaliações dos cientistas chineses, o cubo esta a 80 metros de distancia do rover e recebeu o nome de shenmi xiaowu, que significa “casa ou tenda misteriosa”.

Provavelmente se trata de uma grande rocha cúbica, arremessada de uma cratera pelo impacto de um asteroide. Mas como qualquer forma geométrica no espaço merece ser investigada, os cientistas chineses mudaram o rumo do robô. Agora o Yutu 2 vai passar os próximos dias lunares (que equivalem a um mês terrestre) contornando crateras e terreno acidentado para tentar chegar perto desta formação misteriosa e verificar do que se trata realmente.

A imagem do “cubo lunar” foi captada durante o 36º dia lunar da missão do Yutu. É bom lembrar que os dias e as noites levam 15 dias terrestres lá na Lua. E um dia lunar completo equivale a um dos nossos meses. Quem deve estar muito interessado nesta formação geométrica é o astrofísico americano Avi Loeb, da Universidade de Harvard,  que ficou famoso por sua teoria de que o Oumuamua, aquele objeto interestelar que passou pelo sistema solar em 2017, seria uma nave espacial extraterrestre.

Loeb acredita que a maioria das civilizações extraterrestres, que possam ter existido em nossa galáxia, já estão extintas. Mas teriam deixado artefatos, e naves espaciais abandonadas durante suas viagens de exploração. Ele propôs uma arqueologia espacial, que consistiria em procurar por esses artefatos, lembranças de antigas civilizações, na Lua e em outros corpos celestes. Só a Lua tem um território maior do que a América que só teve algumas regiões muito pequenas exploradas por astronautas e sondas espaciais. Ainda há muita coisa interessante a ser descoberta por lá, como mostram as imagens do robô chinês.

Quem gosta de ficção científica conhece o filme “2001:uma odisseia no espaço” onde astronautas americanos encontram uma sonda extraterrestre na cratera de Tycho, no lado visível da Lua. Mas por enquanto isso é só uma ideia de ficção científica. Quase tudo o que observamos no espaço tem uma explicação cem por cento natural. Como as luzes observadas no asteroide Ceres, durante a missão da espaçonave Dawn, em 2015. Elas eram apenas depósitos de sal refletindo a luz do Sol.

Até hoje os exploradores espaciais não conseguiram detectar o menor sinal de vida, inteligente ou não, no espaço sideral. No século passado a grande esperança dos exobiólogos era o planeta Marte. Que tem manchas escuras que pareciam campos cobertos de vegetação na visão míope dos telescópios terrestres. As sondas espaciais mostraram que Marte é um deserto frio e seco, onde não cresce nem uma folha de grama. Hoje, no século 21, a esperança de encontrar vida no espaço esta focalizada nas luas de Júpiter e Saturno. Que possuem grandes oceanos de água cobertos por calotas de gelo.

Todavia, sempre existe a possibilidade de que visitantes das estrelas distantes tenham estado por aqui, há milhares de anos, deixando para trás algum marco ou edificação. E é por isso que os cientistas chineses acham que vale a pena olhar de perto aquela rocha em forma de cubo.

 

Jorge Luiz Calife

 





Fonte: Diário do Vale