TJRJ decide extinguir processo contra pastora que foi denunciada pelo MP por incitar preconceito e discriminação durante pregação | Região Serrana


O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) extinguiu, nesta quinta-feira (2), a ação contra a pastora Karla Cordeiro, que, em agosto deste ano, foi denunciada pelo Ministério Público por praticar, induzir e incitar o preconceito e a discriminação contra as pessoas de cor preta e aquelas pertencentes à comunidade LGBTQIA+ durante pregação em uma igreja evangélica de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio.

Na ocasião, o vídeo da declaração dela viralizou, em que disse para as pessoas pararem “de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay”. Depois, Karla Cordeiro publicou uma nota de retratação nas redes sociais. Ela pediu desculpas pelos termos utilizados na palestra e afirmou ter sido “infeliz nas palavras”.

Após pedido da defesa, por unanimidade, o TJRJ julgou procedente o pedido de “extinguir o processo com julgamento do mérito por total ausência de dolo, bem como, por falta explicita de ilicitude na conduta da denunciada que está amparada pelo exercício regular de direito que é a liberdade de culto religioso e de crença, nos termos do voto do Relator”.

Discurso em igreja repercute após críticas a fiéis que defendem causas raciais e LGBTQIA+

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O vídeo da pastora circulou nas redes sociais no mês de agosto mostrando uma pregação dela em uma igreja evangélica de Nova Friburgo. O vídeo repercutiu nas redes sociais por causa do discurso de Karla Cordeiro, que acabou virando alvo de inquérito policial, e, posteriormente, de denúncia do Ministério Público.

“É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha, desculpa falar, mas chega de mentiras, eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jeová Nissi. É Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira”. Em outro trecho ela diz ainda: “Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay, para! Posta palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta!”.

Na nota de retratação emitida na época, a pregadora declarou, entretanto, que não era a intenção dela praticar nenhum ato discriminatório.

“A minha intenção era de afirmar a necessidade de focarmos em Jesus Cristo e reproduzirmos seus ensinamentos, amando os necessitados e os carentes. Principalmente as pessoas que estão sofrendo tanto na pandemia. Fui descuidada na forma que falei e estou aqui pedindo desculpas”, disse.

O g1 aguarda uma posição do Ministério Público sobre o caso. Já a defesa, disse que vai aguardar a publicação da decisão.



Fonte: G1