A circulação dos ônibus em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, foi afetada pela greve dos rodoviários nesta quarta-feira (6). Durante a tarde, um grupo de motoristas e cobradores saiu em passeata pelas ruas do Centro. Com faixas e cartazes, eles cobraram aumento salarial e melhores condições de trabalho.
Por volta das 23h, representantes do sindicato e dos rodoviárias devem se reunir para avaliar o primeiro dia de paralisação e discutir como fica a situação.
Desde as primeiras horas do dia, passageiros que dependem do transporte coletivo tiveram transtornos para conseguirem se deslocar dentro da cidade. Sem ônibus nas ruas e nos terminais, o jeito foi buscar outra alternativa.
Os quase dois mil rodoviários de Petrópolis querem um reajuste salarial de cerca de 17%; ampliação no valor referente à cesta básica para R$ 700 e o fim da hora fracionada de almoço, entre outras reivindicações.
A greve já havia sido anunciada, caso essas solicitações não fossem atendidas. Na última segunda-feira (4), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) chegou a definir que a paralisação dos motoristas seria ilegal, porque acreditava que as negociações não tinham terminado. Uma multa diária de R$ 400 mil foi estabelecida ao Sindicato dos Rodoviários de Petrópolis, em caso de descumprimento dessas determinações do TRT-RJ.
O g1 conversou com alguns passageiros em Petrópolis e acompanhou de perto as dificuldades de quem precisava pegar o ônibus durante o dia.
Felipe Leal, que é auxiliar de farmácia, disse que saiu de casa, no Morin, às 6h, e ficou até as 6h40 no ponto. Mas o jeito foi ter que ir andando a pé até o terminal do Centro, na esperança de conseguir embarcar para chegar ao trabalho. Já passava das 7h30 e ele ainda não havia conseguido pegar o ônibus.
“Demorei uns 20 minutos andando. E tô até agora esperando um ônibus para chegar no hospital para trabalhar. Eu pegava às 7h30. Já estou atrasado”, disse.
O auxiliar de farmácia disse, ainda, que até concordava com a greve, mas que era preciso pelo menos cumprir a lei com um número mínimo de coletivos nas ruas, para não prejudicar totalmente as pessoas.
Durante esta quarta-feira, algumas informações falsas (fakes), circularam pela internet e redes sociais, dando conta de que a greve dos rodoviários tinha acabado.
Na terça-feira (5), as empresas apresentaram uma proposta com reajuste salarial de 10,54% e aumento de 10% no valor das cestas básicas, mas elas foram recusadas.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Petrópolis (Setranspetro), afirmou que a greve é ilegal, tendo em vista a decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho, que impede o movimento. O Setranspetro afirmou ainda que a greve é uma medida antidemocrática, e que, além de paralisar o sistema de transporte de Petrópolis, vai resultar em prejuízos à economia da cidade.
Fonte: G1