Projeto desenvolve estratégias lúdicas para ensinar através da arte alunos de escolas públicas do interior do Rio | Norte Fluminense


Um projeto do Instituto Brasileiro de Música e Educação (IBME) tem levado arte e cultura a alunos da rede pública de ensino de cidades do interior do Rio. A iniciativa ‘Sinta o Som’ chegou a alguns municípios do interior em setembro.

O programa que já é desenvolvido, há anos, na cidade do Rio, agora também está disponível para alunos de Areal e Petrópolis, na Região Serrana, Bom Jesus de Itabapoana, Miracema, Santo Antônio de Pádua, Porciúncula e São José de Ubá, no Noroeste Fluminense, além de Paraíba do Sul, no Centro Sul, e Duque de Caxias, na Região Metropolitana.

De acordo com o IBME, a iniciativa chega a essas cidades através de um material pedagógico, que sugere e orienta as atividades lúdicas, ampliadas e recriadas pelos professores participantes.

O material é voltado para alunos do ensino fundamental e da educação infantil e tem sido repassado aos professores através de encontros em formato remoto, pela internet, devido à pandemia.

“Para o fim do semestre, mesmo que virtualmente, desejamos que a experiência continuada do Sinta o Som seja comemorada em grande encontro entre professores, alunos e todos os envolvidos que nos ajudaram a realizar este sonho. ”, declara a presiente do IBME, Valéria Seabra de Chiara.

Compartilhar estratégias educacionais a partir das artes, com música, contação de história, jogos teatrais, dança, produção de instrumentos musicais reciclados, tarefas rítmicas, dentre outras categorias artísticas é o objetivo do projeto, que tem o patrocínio da Enel Distribuição Rio, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.

A ideia é transformar o dia a dia da aula do professor e fortalecer a aprendizagem dos alunos da rede pública de ensino.

“Como sabemos, o processo de aprendizagem está diretamente ligado à afetividade e às emoções. A experiência da arte é o veículo que move as emoções, e isso marca significativamente o ser humano e se desdobra em aprendizagens cheias de sentidos, memórias e conexões”, afirma a coordenadora do projeto, Moana Martins.

Conheça as categorias artísticas do projeto

Os brinquedos cantados, as músicas e os gestos com o corpo, de acordo com o IBME, estimulam a consciência fonológica. “A identificação dos timbres e da fonte sonora é indispensável para que as crianças desenvolvam a sensibilidade aguçada na percepção dos sons das sílabas, das palavras, aprimorando a compreensão das frases e do texto”, explica o instituto.

Nos jogos teatrais, na contação de história e em outras atividades de estímulo à criatividade, a intenção é explorar as estratégias do desenvolvimento da percepção para que os alunos não apenas entendam o som, mas também aprimorem a fala, ampliem o vocabulário e as demais habilidades.

As tarefas rítmicas com palmas, pés e outras batidas no corpo ou nos instrumentos são propostas do desafio da sincronização. “O treinamento rítmico promove o desenvolvimento da coordenação motora, que faz conexão dinâmica com as áreas importantes para a aprendizagem”.

Já a produção de instrumentos musicais a partir do reaproveitamento de materiais, além de ser uma solução viável para que todos os alunos construam seus próprios instrumentos, estimulando a criatividade e a imaginação, promove a conscientização sobre a preservação ambiental, incentivando o debate sobre a reciclagem e a atenção ao descarte de materiais.

O Instituto Brasileiro de Música e Educação nasceu em 2011 no Morro da Providência com a missão de contribuir com a transformação social por meio da música e da educação. Dentre diversos projetos criados pelo IBME, está o Sinta o Som, desenvolvido em 2018.

De acordo com o instituto, o projeto já realizou laboratórios com 910 professores da rede municipal de Educação do Rio de Janeiro. Em 2020 essas ações se ampliaram para a participação de todos os professores do 1ª ano, da Educação Especial e da sala de leitura. Atualmente mais de 6 mil professores da rede carioca de ensino participam ativamente do Sinta o Som.

Ainda segundo o instituto, o programa mantém um laboratório permanente de estudos e criação pedagógica, alinhado às pesquisas de universidades do mundo inteiro sobre as práticas envolvendo a música e a arte e a sua correlação com a melhoria e fluxo das funções executivas do cérebro para um melhor desempenho acadêmico dos alunos.

As diretrizes da Base Nacional Comum Curricular também são norteadoras no desenvolvimento das propostas do Sinta o Som.



Fonte: G1