Polícia faz operação para procurar corpo de Anic na casa de Lourival; homem apontou onde teria concretado a advogada




Segundo Lourival Fatica, corpo teria sido enterrado e concretado na garagem. Britadeira é usada para escavar. A diligência acontece no mesmo dia em que Lourival presta depoimento na 2ª Vara Criminal de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Ele revelou o suposto destino dos restos mortais da advogada. Polícia faz operação para encontrar corpo na casa de Lourival em Teresópolis
Marcus Wagner/g1
A 105ª DP (Petrópolis) faz uma operação nesta quarta-feira (25) em Teresópolis, na Região Serrana, em busca do corpo de Anic Herdy. Segundo o ex-amante da advogada, Lourival Fatica, o corpo está enterrado e concretado na sua casa na Rua Alberto Sabin, em Teresópolis.
A polícia chegou ao local à tarde. Um funcionário da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos de Teresópolis ajudou nas escavações, perto da garagem do imóvel. Uma britadeira é usada no trabalho, já que estaria a cerca de 1 metro de profundidade.
Até as 16h40, ainda não havia confirmação que o corpo foi encontrado. A operação acontece no mesmo dia em que Lourival presta depoimento na 2ª Vara Criminal de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Ele revelou o suposto destino dos restos mortais da advogada.
Lourival afirmou, através de sua defesa, que matou Anic com um soco na traqueia em um motel. Ele disse que, depois disso, levou o corpo no seu carro, o enterrou em um buraco e jogou concreto em cima.
Ele também disse ter matado Anic a mando do marido dela, Benjamin. A defesa de Benjamin nega as acusações.
O advogado João Vitor Ramos, que representa o viúvo, disse que nova versão apresentada por Lourival “se trata de mais um ato de desespero e de crueldade” e que tanto ele quanto seus procuradores serão processados (Leia a íntegra da nota ao fim desta reportagem).
A delegada que coordenou as investigações, Cristiana Onorato Miguel, disse ao g1 e à TV Globo que nada foi encontrado contra o marido de Anic.
“Ao contrário do telefone do Lourival, que foi totalmente apagado por ele, o telefone do Benjamim foi periciado e vasculhado de ponta a ponta. Nenhum indício nesse sentido foi encontrado”, afirma.

Ação da Polícia Civil para procurar o corpo de Anic na casa de Lourival
Marcus Wagner/g1
Ação da Polícia Civil para procurar o corpo de Anic na casa de Lourival
Marcus Wagner/g1
Anic e Lourival
Reprodução
Morte encomendada desde janeiro
Lourival afirmou que o crime começou a ser planejado em janeiro, um mês antes do desaparecimento de Anic. Segundo ele, a vítima está morta desde então, e o sequestro dela foi uma invenção:
“Benjamin determinou a morte desde o mês de janeiro, e o sequestro foi uma forma de encobrir esse crime”, afirmou Flávia Froes.
Caso Anic: defesa de um dos réus dá nova versão do crime
“Todo o plano foi forjado por ambos, e só não deu certo porque a filha de Benjamin gravou uma conversa dela com Benjamin e Lourival, em que ela estranha o crime”, prosseguiu.
“Durante todo o período do falso sequestro, Benjamin e Lourival estiveram juntos. As antenas dos celulares de Lourival e Benjamin vão provar que ambos estavam no mesmo lugar e fizeram tudo juntos”, acusou. “Lourival utilizou o telefone da Rebecca para se movimentar, e manda a mensagem de Guapimirim para Benjamin após o assassinato.”
Nota de defesa do viúvo
“Em relação à 2ª entrevista coletiva convocada e prestada pela defesa de Lourival, a família de Anic entende que se trata de mais um ato de desespero e de crueldade.
Diante do óbvio e inevitável fracasso em tentar imputar a responsabilidade à própria vítima, tese que tentou emplacar quando do início das investigações, Lourival novamente altera a sua versão e agora, após a conclusão das investigações, adota a patética estratégia de desestabilizar Benjamim e Lara, que em breve serão ouvidos em declarações na instrução criminal, ao atribuir a autoria ao marido da vítima.
Como se observa, retirar a vida de Anic não satisfez Lourival. A dor e o sofrimento do marido e dos filhos da vítima também não foram suficientes. Acuado pelo iminente início da instrução processual, que certamente culminará na sua condenação, assim como de todos os indiciados pela autoridade policial e denunciados pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Lourival utiliza o holofote proporcionado pela repercussão do caso para se promover e para prosseguir na missão de destruir aquilo que nunca foi capaz de alcançar em sua vida e que sempre invejou em Benjamim, Anic, Nickolas e Lara: A união e o amor de uma família.
Lamentavelmente, essa empreitada conta com o apoio da defesa, que deveria se limitar ao aspecto técnico. Talvez acreditando que o exercício do inafastável direito de defesa lhe confere imunidade absoluta, Lourival, por intermédio dos seus procuradores, há muito prática reiterados abusos e excessos, incluindo-se, a toda evidência, a falsa imputação pública de crime a Benjamim.
Embora a emoção e a impulsividade reclamem resposta à altura, a família de Anic e seus advogados seguirão firmes no respeito ao devido processo legal, sempre observando o sigilo do processo criminal e, principalmente, atuando e dialogando nos estritos limites institucionais.
Portanto, como consequência das declarações formuladas na entrevista coletiva em questão, Lourival e seus procuradores serão demandados na esfera cível, criminal e disciplinar.
No mais, a família de Anic segue acreditando no Poder Judiciário e, principalmente, na minuciosa investigação conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que há meses identificou e denunciou os efetivos responsáveis pelo assassinato de Anic.
Petrópolis, 24 de setembro 2024
João Vitor Ramos.”



G1 Região Serrana