Padrasto confessa ter matado menina de 4 anos no RJ e laudo aponta tortura e violência continuada | Rio de Janeiro


Após ser preso na última sexta-feira, em Petrópilis, Região Serrana do Rio, acusado da morte de Angelina Mirandella, de 4 anos, o padrasto da criança confessou o crime. O laudo, obtido pela TV Globo neste sábado (17), afirma que houve tortura e violência continuada.

Em depoimento na 105ª DP (Petrópolis), Lucas Alves Guimarães disse que as agressões começaram depois que a menina urinou na cama, se negou a tomar banho e rasgou a cortina banheiro.

Ele contou que, após agredi-la com um chinelo, arremessou uma sacola em Angelina, que se desequilibrou e caiu. A polícia, no entanto, afirma que a criança tinha marcas de tortura e foi morta com sinais de violência.

Segundo o suspeito, o episódio teria ocorrido no início da tarde de quinta-feira, mas somente no início da noite a vítima teria apresentado algum sintoma em decorrência da queda.

Para justificar as agressões, Lucas disse que agredia a menina e o filho mais velho da companheira, Juliana Mirandella, que também foi detida, por eles serem “um entrave ao relacionamento do casal”. Ambos vão responder por tortura qualificada e homicídio qualificado.

“Me atrapalhava. Não sei o que dava na minha cabeça…. Eu falava uma vez, falava duas, ela não obedecia. Aí eu perdia a paciência”, admitiu Lucas à polícia.

No entanto, o laudo prévio de necropsia indica que a a causa do falecimento foi traumatismo craniano por espancamento. Foram identificadas hemorragia no crânio, fígado e no intestino grosso. O exame apontou ainda uma cicatriz na perna esquerda típica de queimadura por garfo quente.

“A polícia coletou informações que possibilitaram concluir que na criança foi brutalmente assassinada por Lucas e contou com a omissão criminosa da mãe”, explicou o delegado da 104ª DP, João Valentim.

“O laudo de necropsia atestou que a Angelina morreu em decorrência de um traumatismo crânioencefálico em decorrência de uma ação contundente. O laudo pericial atestou ainda a denominada teve Síndrome de Silverman, ou síndrome da criança espancada”, conclui.

No documento há ainda a informação de lesão na região cervical, que teria sido produzida por tentativa de esganadura. Na parte externa do corpo, o documento revela uma sessão de tortura, com marcas roxas e azuis (equimoses em estágios diferentes de evolução sugerindo violência continuada).

Através de imagens de circuito de câmeras de segurança da noite de quinta-feira, é possível identificar o momento em que Lucas deixa o imóvel com Angelina, já desacordada, no colo. Sem aparentar qualquer sinal vital, a menina foi levada à UPA do Centro de Petrópolis e transferida para a UTI do Hospital Alcides Carneiro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 21h.



Fonte: G1