Operação mira suposto esquema de corrupção na CPTrans após tragédia da chuva em Petrópolis | Região Serrana

Uma operação foi realizada na manhã desta sexta-feira (12) para cumprir 13 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao diretor-presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), Jamil Miguel Sabrá Neto.

A investigação aponta a existência de um suposto esquema de corrupção, dispensa irregular de licitação e desvio de recursos públicos por meio de favorecimento de empresa prestadora de serviços de terceirização de mão de obra, após as chuvas que atingiram a cidade em fevereiro deste ano.

A Operação Clean é realizada pela Polícia Civil, por meio da 105ª DP, e pelo MPRJ, por meio da Promotoria de Investigação Penal de Petrópolis e Coordenadoria de Segurança e Inteligência.

Foram apreendidos computadores, documentos e R$ 89.915,00 em dinheiro.

Os mandados foram cumpridos na sede da CPTrans, no Centro de Petrópolis, e em endereços de funcionários do alto escalão da empresa e de empresários, nos bairros de Itaipava, Nogueira, Secretário, Araras, Mosela, Retiro e Centro, todos em Petrópolis.

“A coordenação de Inteligência do MP fará a análise dos equipamentos eletrônicos apreendidos. Os dados serão extraídos para dar continuidade à investigação”, disse o promotor de Justiça, Celso Quintela.

Dinheiro apreendido em operação contra suposto esquema de corrupção na CPTrans, em Petrópolis — Foto: Carlos Miranda/Inter TV

De acordo com as investigações, o esquema criminoso teria causado um prejuízo ao superior a R$ 500 mil.

Ainda segundo a denúncia, o diretor-presidente teria se aproveitado do estado de calamidade vivenciado pelo município por conta da tragédia causada pela chuva do dia 15 de fevereiro de 2022 para contratar, mediante dispensa irregular de licitação, empresa para prestar serviço de mão de obra por valor que representa mais do que o dobro do que vinha sendo praticado pela antiga prestadora de serviço.

“As investigações tiveram início a partir de uma fiscalização da Câmara de Vereadores de Petrópolis, no dia 17 de fevereiro. Dois dias após as chuvas, contrataram uma empresa sem licitação com valores superfaturados. Quarenta funcionários foram substituídos a pedido de Jamil”, disse o delegado titular da 105ª DP, João Valentim.

Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Petrópolis e há também a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, como o afastamento de Jamil Miguel Sabrá Neto da presidência da CPTrans.

Em nota, a Prefeitura disse que o prefeito Rubens Bomtempo convocou o Conselho de Administração da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), que decidiu pelo afastamento do diretor-presidente e demais pessoas citadas.

A Prefeitura disse, ainda, que é a maior interessada em apurar os fatos e abriu processo para apurar o caso imediatamente após deflagrada a operação.

A presidência da CPTrans será ocupada pelo atual diretor técnico-operacional da Companhia, Fernando Badia – que já ocupou o cargo de presidente no último mandato do prefeito Rubens Bomtempo, entre 2015 e 2016.

Fonte: Portal G1