A empresa Petro Ita disse que todos foram vítimas de uma catástrofe natural imprevisível, jamais vista nesta proporção no município, com perdas trágicas e prejuízos incalculáveis. Informou ainda que todos os procedimentos de emergência foram perfeitamente adotados (leia nota na íntegra no final da reportagem).
Ônibus afundando em Petrópolis — Foto: Reprodução/TV Globo
Imagens mostram o desespero dos passageiros para tentar sair dos dois veículos da empresa Petro Ita. Os motoristas relataram que fizeram de tudo para ajudar junto a demais profissionais da empresa, usando uma corda lançada de um condomínio. Muitos acabaram morrendo levados pela correnteza, como no caso do jovem Gabriel da Rocha, que tinha 17 anos e não sabia nadar, segundo a família.
Um homem observa dois ônibus destruídos após temporal com deslizamentos em Petrópolis (RJ) — Foto: Ricardo Moraes/Reuters
O pai e a família do jovem iniciaram uma longa busca pelos rios da cidade. O corpo de Gabriel foi encontrado no dia 22 de fevereiro, e o reconhecimento no IML ocorreu dez dias após a tragédia.
De acordo com o MPRJ, o objetivo do inquérito é coletar informações, depoimentos, documentos e realizar outras diligências para subsidiar eventual ajuizamento de ação civil pública.
Bombeiros fazem buscas no rio ondem ônibus caiu na terça-feira (15), em Petrópolis — Foto: Cristina Boeckel / g1
“Entre as medidas iniciais, a promotoria requisitou que a Secretaria de Defesa Civil informe se havia agentes do referido órgão próximos ao local do incidente, controlando o acesso de veículos à rua Washington Luís. Em relação à Viação Petro Ita, solicitou os protocolos da empresa no que se refere a situações de pânico e incêndio, além da indicação de quem eram os motoristas e cobradores dos referidos ônibus”, disse o MPRJ.
O g1 procurou a empresa Petro Ita, que enviou a seguinte nota:
“A Petro Ita vem a público esclarecer que, mesmo após inúmeros esforços, não foi possível recuperar as imagens das câmeras de monitoramento dos ônibus, que foram completamente destruídos. A empresa, assim como seus colaboradores, passageiros e toda a população petropolitana, foram vítimas de uma catástrofe natural imprevisível, jamais vista nesta proporção no município, com perdas trágicas e prejuízos incalculáveis.
Quando a Petro Ita conseguiu acesso ao local em que os ônibus foram arrastados, no início da madrugada, não havia nenhuma pessoa nos coletivos, não sendo possível identificar, de fato, quem eram todos os passageiros. O Setranspetro e as empresas de ônibus de Petrópolis lamentam e se solidarizam com todas as vítimas das chuvas que atingiram o município.
Por fim, a Petro Ita reforça que os procedimentos de emergência foram perfeitamente adotados, com a utilização das janelas de emergência e abertura das portas, essenciais para que muitos passageiros fossem salvos. Inclusive, o empenho dos profissionais da empresa no resgate aos passageiros pode ser comprovado através do depoimento dos sobreviventes que estavam nos ônibus.”
Fonte: G1