Inea inicia desassoreamento de córrego para evitar inundações em Areal, no RJ | Região Serrana


Areal, na Região Serrana do Rio, começou a receber nesta semana o programa Limpa Rio, de limpeza e o desassoreamento de rios. Iniciativa do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o serviço prevê a retirada de 11.200 metros cúbicos de sedimentos em trecho de 1,3 km do Córrego do Cedro. Os trabalhos devem durar, em média, três meses.

“O objetivo do Limpa Rio é diminuir os riscos de enchentes, e melhorar o escoamento dos corpos hídricos das regiões”, explicou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha.

Areal, juntamente com Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Sumidouro, foi uma das cidades atingidas pela tragédia climática de 2011, que matou 918 pessoas e deixou outras 30 mil desalojadas, devido a inundações e deslizamentos.

Programa Limpa Rio chegou ao município de Areal, RJ, nesta semana — Foto: Divulgação/Inea

Marinete Francisco sabe o que é perder tudo em uma enchente. Em 2011, ela morava numa rua em Areal que foi inundada pela forte chuva. Dez anos se passaram e ela segue atenta quando o tempo escurece na cidade.

“A rua virou um rio naquele dia. Perdi móveis, como cama e guarda-roupa. A preocupação maior era com um barranco atrás da casa, que acabou desmoronando. Hoje, moro em uma parte mais baixa, mas que também é área de risco por ser em frente ao córrego”, disse ela.

Trabalhos no Córrego do Cedro, em Areal, RJ, devem durar três meses — Foto: Divulgação/Inea

A esperança é que as obras iniciadas esta semana possam mudar a realidade da região.

“Meu pai é cadeirante e, além de ter que vigiá-lo, tenho três filhas. Então, quando ameaça chover, não consigo dormir porque fico com medo de nem dar tempo de pegar documentos, móveis e, ainda, socorrer todo mundo. Que essa limpeza traga melhorias para o córrego do Cedro” completou Marinete, de 34 anos.

Rosari de Freitas, de 58 anos, também moradora da região no entorno Córrego do Cedro, diz que há cerca de oito anos não há qualquer limpeza no local. Ela se recorda que já precisou socorrer os vizinhos durante uma forte chuva que causou o transbordamento do rio.

Rosari de Freitas, de 58 anos, mora próximo ao Córrego do Cedro, em Areal, no RJ — Foto: Divulgação/Inea

“A 100 metros daqui, entrou água e era época de fim de ano. Tivemos que ir até lá e ajudar a tirar a lama dentro de casa porque não teve dragagem do rio. Além da segurança que traz para nós, moradores, é um bem para o meio ambiente”, afirmou Rosari.

De acordo com o Inea, desde o início do ano, o órgão ambiental estadual realiza intervenções em 22 corpos hídricos de 13 cidades do estado. Duas delas são Nova Friburgo e Teresópolis, também na Região Serrana.



Fonte: G1