Filhote de anta nascido livre na natureza é flagrado em reserva ambiental em Cachoeiras de Macacu, no RJ | Região Serrana


Um filhote de anta nascido livre na natureza foi flagrado por armadilhas fotográficas na Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), em Cachoeiras de Macacu, na Região Serrana do Rio. O registro foi feito no fim do mês passado e mostra o filhote com cerca de 6 meses, segundo especialistas, acompanhado da mãe, a anta Flora.

O registro é de extrema importância para os estudos sobre a espécie que era considerada extinta há cerca de 100 anos no Estado do Rio de Janeiro devido à caça predatória e ao desmatamento. O nascimento do filhote representa a confirmação de que o processo de recuperação da reserva é um caso de sucesso na recomposição da Mata Atlântica.

Em janeiro de 2020, outro filhote tinha nascido livre na mesma reserva. Este “bebê” registrado em junho de 2021 é o segundo a nascer livre desde o início do projeto de reintrodução das antas na região de Cachoeiras de Macacu.

O nascimento de um novo filhote é sinal de que a reintrodução está no caminho certo. A equipe ficou muito feliz e torce para que todo ano sejamos surpreendidos com o nascimento de novos filhotes

— Maron Galliez, professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e coordenador do projeto

Filhote de anta nascido livre na natureza é flagrado por armadilhas fotográficas em Cachoeiras de Macacu, no RJ — Foto: Divulgação/Reserva Ecológica de Guapiaçu

Os pais do filhote são as antas Flora e Júpiter, que foram reintroduzidas na natureza em 2018, vindas do Parque Ecológico Klabin, no Paraná.

O sistema de armadilhas fotográficas, que fez o registro, é fundamental para os pesquisadores que, assim, podem acompanhar e avaliar a condição dos animais.

Em abril, uma parceria do Projeto Guapiaçu, que é patrocinado pela Petrobras, com o Projeto Antropopausa, apoiado pelo National Geographic Society, ampliou a área de monitoramento. Atualmente, são 38 os pontos de monitoramento espalhados pela reserva e por áreas do entorno.

“Nossa meta é continuar reintroduzindo antas na floresta para que, assim, tenhamos segurança que estamos estabelecendo uma população viável, que não precisa da intervenção humana para se alimentar”, afirma Maron Galliez.

Novas antas serão levadas para a reserva

Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeira de Macacu, no RJ — Foto: Divulgação

De acordo com pesquisadores da Reserva, nas próximas semanas, a reserva de Guapiaçu receberá três novas antas que iniciarão o processo de aclimatação e soltura na floresta, como ocorreu no ano passado com a jovem Jasmim, nascida em cativeiro e que hoje vive livre na floresta.

Os novos três moradores da Regua também nasceram em cativeiro, em uma mesma família, na Bahia. Os animais chegarão de caminhão, em caixas de transporte individuais, numa viagem que durará dois dias. Seus nomes serão escolhidos pelas crianças das escolas da região.

A chegada de mais antas na Regua está sendo possível graças à parceria do Refauna e do Projeto Guapiaçu, patrocinado pela Petrobras e pelo Governo Federal. O trabalho de reintrodução envolve uma temporada em área cercada na reserva para o período de aclimatação. e sua reintrodução na Reserva Ecológica de Guapiaçu teve início em 2018, com a soltura de três animais. Ao todo, já foram devolvidos ao seu habitat natural 11 antas, com nascimento de um filhote em 2020. Apesar de quatro animais terem morrido, os remanescentes estão aclimatados e contam com o apoio, inclusive, dos moradores do entorno da reserva.

  • É originária de uma família que surgiu no mundo há quase 50 milhões de anos
  • É considerada o maior mamífero terrestre brasileiro
  • Ajuda na preservação das matas através da dispersão de sementes
  • Tem até um dia internacional, comemorado em 27 de abril
  • Já se tornou mascote em pousada no Sul do Pará
  • Se refugia também em uma cidade brasileira considerada “cidade das antas”



Fonte: G1