Tradicionalmente, as agremiações realizam eventos para arrecadar fundos ao longo do ano. Em 2020, por causa da pandemia, essas atividades não aconteceram devido às regras de distanciamento social.
Mesmo com a flexibilização das restrições, a falta de tempo hábil para a preparação de fantasias e alegorias pode ser um entrave para que as escolas coloquem o carnaval na rua.
A falta de uma proteção efetiva contra o novo coronavírus, como uma vacina, é um aspecto que será levado em conta pela Liesbenf para definir a situação, segundo a presidência da Liga.
O que dizem os envolvidos?
A Liga das Escolas de Samba de Nova Friburgo (Liesbenf) está se reunindo com as agremiações e com as autoridades para tomar uma decisão. O impasse ficou maior por ser ano de eleição.
“A Liga está buscando a posição dos candidatos a prefeito sobre a realização do carnaval do ano que vem. A decisão será tomada junto às agremiações na semana que vem” , afirma o presidente da Liesbenf, José Carlos Espíndola.
Confira o posicionamento das agremiações:
Alunos do Samba : “A Alunos do Samba não vai desfilar em hipótese nenhuma. A questão principal da pandemia é que a gente não acredita que vá dar tempo de vacinar todo mundo. A escola também está endividada e não tem nenhum tipo de arrecadação, e a gente acredita que a prefeitura não deve ter condição financeira de realizar (o carnaval). A gente é bem perseguido também, por gente que acredita que carnaval é supérfluo… A gente, então, prefere esperar para no próximo ano trabalhar com mais calma, mais tranquilidade… A Alunos do Samba vai sair em 2022” afirmou o presidente da Alunos do Samba, Alessandro Amorim.
Imperatriz de Olaria: “O Presidente Fabrício e sua Diretoria tem o mesmo entendimento da LIESA. Preservamos a ciência e a vida acima de tudo. Sabemos que o Carnaval é a maior expressão cultural do Brasil. Mas, neste momento, devemos dar um olhar a ciência e a vida. Sem vacina em massa somos contrários à realização do desfile em fevereiro de 2021″, afirma nota oficial da Imperatriz de Olaria.
Unidos da Saudade: “A Saudade vai seguir a Liga das Escolas de Samba. Estamos vendo o posicionamento no Rio de Janeiro. Se não tiver uma vacina ou um controle do coronavírus não há como falar em carnaval. Mas, tendo vacina e tendo controle, estamos abertos a ver uma data até fora de época. Nesse momento, a Saudade vê a saúde, essa é a preocupação principal nossa”, afirma o diretor da Unidos da Saudade, Peter Filot.
Vilage no Samba: “Depende, ainda, das eleições municipais, depende de muita coisa… A nossa posição é exatamente igual às escolas de samba do Rio de Janeiro. É inviável a realização do Carnaval em fevereiro. Tendo vacinação em massa e um controle maior da pandemia, há possibilidade de um carnaval em abril e maio. Depende do Rio também. A gente tem consciência que não dá pra ter carnaval nas condições atuais. Se não houver condições, a gente deixa pra 2022. Reforçamos que escola está se preparando dentro das possibilidades, para ter o carnaval em 2021″, afirma o diretor da Vilage, Guto Guimarães.
Covid-19 em Nova Friburgo
De acordo com o boletim divulgado pela prefeitura nesta quinta (24), Nova Friburgo tem 3093 casos confirmados de contaminação pela Covid-19. 126 pessoas morreram pela Covid-19. Foram realizado 8773 testes na cidade, que tem 1391 pacientes recuperados.
Fonte: G1