Covid-19 em Petrópolis: mais de mil mortes e 33 mil casos confirmados em um ano | Região Serrana


Foi na noite de uma sexta-feira, 20 de março de 2020, que a Prefeitura de Petrópolis confirmou a primeira morte por Covid-19 no município, um homem de 65 anos. A cidade tinha confirmado o primeiro caso de contaminação pela doença no dia anterior – uma mulher de 29 anos.

Na noite dessa quarta-feira (5), pouco mais de um ano depois, a prefeitura confirmou que o município chegou a 1.007 mortos pela doença e 33.051 infectados. Desse total, 16.052 se recuperaram.

De acordo com os dados da secretaria municipal de Saúde, a maioria das vítimas do novo coronavírus tem entre 70 e 79 anos. As mulheres foram as mais afetadas pela doença, 54,4% dos casos confirmados.

Leitos para tratamento da Covid-19 em Petrópolis — Foto: Divulgação/Prefeitura de Petrópolis

De acordo com o boletim divulgado nesta quarta-feira, Petrópolis tem 145 pessoas com a Covid-19 internadas em leitos de UTI de unidades de Saúde particulares e publicas. Outras 177 estão em leitos clínicos, considerando leitos privados e SUS, totalizando assim, 322 internações em toda a rede da cidade.

A ocupação de leitos clínicos pelo SUS é de 57,55% e 80,67% em leitos de UTI.

Em dezembro, os hospitais particulares de Petrópolis ficaram sem vagas para pacientes com a Covid-19. O Hospital Unimed, por exemplo, emitiu uma nota na época avisando que havia atingindo 100% de ocupação dos leitos de internação, UTI e de enfermaria destinados ao tratamento de pacientes com suspeita ou confirmação da doença.

O mesmo fez o Hospital SMH – Beneficência Portuguesa que também estava com 100% de ocupação dos leitos de UTI e clínicos para Covid-19. O diretor executivo operacional da unidade, Fernando Baena, emitiu uma nota, na ocasião, em que alertava a população sobre a situação e a necessidade de cumprir o distanciamento social.

As 1.007 vítimas da Covid-19 fazem parte das mais de 400 mil mortes causadas pela doença no país, mas não podem ser retratadas apenas como números. Petrópolis tem mais de mil histórias interrompidas e famílias afetadas pelo novo coronavírus.

A primeira vida interrompida pela Covid-19 na cidade foi o economista Luiz Arruda Villela. Ele tinha 65 anos e foi o terceiro caso confirmado de morte por Covid-19 no estado do Rio.

Luiz Villela, economista de Petrópolis que morreu de coronavírus — Foto: Arquivo pessoal

“Meu pai não tinha nenhum problema de saúde, há cerca de 15 anos, ele teve um infarto, mas ele não tinha nenhuma doença cardíaca, nem fazia tratamento”, disse a filha do economista, Luciana Villela, na época.

Entre as centenas de histórias interrompidas pela doença em Petrópolis também está a do Pastor Ari Guedes Cunha. Ele tinha 74 anos e era presidente do Conselho de Ministros Evangélicos do Município de Petrópolis (Comempe). Na década de 1990, pastor Ari Guedes foi um dos líderes do ‘Movimento Carismático’ da Igreja Metodista no Estado do Rio de Janeiro.

Pastor Ari Guedes morreu em Petrópolis neste domingo (2) vítima da Covid-19 — Foto: Reprodução/Facebook Comempe

“Sabemos que Deus está no controle de todas as coisas, mas, com 74 anos, ainda estava com muito vigor, muito dinamismo, mas, infelizmente, essa enfermidade interrompeu a trajetória dele”, declarou a Igreja Metodista.

Em março deste ano, o fundador e diretor de TV, Marcos Falconi também perdeu a luta para a doença. Falconi havia completado 66 anos dias antes. Além da esposa Beth, que foi diagnosticada com a doença na mesma época que o marido, mas se recuperou, Falconi deixou sete filhos e dois netos.

Fundador e diretor de TV em Petrópolis, RJ, Marcos Falconi morre por complicações da Covid-19 — Foto: Arquivo pessoal

“Tinha separado o travesseiro dele, me pediu. Ia pedir alguém para levar. E agora ele não existe mais? Não sei. Não entendi direito”, disse emocionada a viúva do empresário, Beth de Oliveira, na época.



Fonte: G1