Depois de 18 meses de reforma, a catedral São Pedro de Alcântara, que é um dos principais cartões-postais de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, reabriu para o público nesta sexta-feira (1º). O Ministro do Turismo visitou as obras da catedral nesta quinta-feira (30), na véspera da reabertura.
O monumento histórico, valioso para fiéis católicos e para o patrimônio cultural do país, recebeu um reforço na estrutura, teve a fachada restaurada e um mobiliário urbano novo e com mais acessibilidade. Além disso, o espaço ganhou uma galeria auto expositiva, com relíquias do passado, como imagens de santos e objetos religiosos, que datam do século XVI.
Galeria com relíquias dos séculos passados é exposta na Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis — Foto: Divulgação
“São obras raríssimas. Dos séculos XVI, XVII e chega até o século XIX”, comenta o bispo da Diocese de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, que destacou ainda que a catedral está ainda mais atrativa após a reforma.
Entre os objetos raros que passarão a ser expostos a partir desta sexta está um missal em latin, confeccionado em 1745.
Passarela e telão sob o telhado e à cima da abóbada da câmara principal da Catedral de Petrópolis — Foto: Divulgação
Além dos objetos, uma nova passarela, sob o telhado e acima da abóbada da câmara principal do templo religioso, vai reunir telões e exposições holográficas para os visitantes.
“Toda a área que vai estar aberta, incluindo a área da torre, as pessoas vão poder contemplar o belo, pelas obras de arte, mas também, através das galerias externas, vão contemplar, em 360º, a beleza de uma cidade que, inegavelmente é esplendorosa e que se chama Petrópolis”, afirma o religioso.
Dom Gregório Paixão, bispo da Diocese de Petrópolis — Foto: Reprodução/Inter TV
Do lado de fora, o limo e a deterioração causada pelo tempo agora são passado. O acabamento da fachada está restaurado. Além disso, as calçadas contam com piso tátil e a igreja centenária ganhou uma adaptação aos novos tempos para torná-la acessível a todos. Uma das entradas laterais conta agora com uma rampa de acesso, que se sobrepõe à velha escada e pedra.
“Não tinha calçamento. Não tinha condições para atender quem tem necessidades especiais, o que mudou com a reforma. A catedral agora é mais acessível”, conta Kátia Rossi, engenheira de projetos e responsável pela obra de restauro, que foi autorizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
A obra também foi autorizada pelo Ministério do Turismo e teve seus R$ 13 milhões de investimento financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento – BNDES.
A construção da catedral São Pedro de Alcântara fazia parte do projeto inicial de povoamento de Petrópolis — Foto: Arquivo
A construção da catedral São Pedro de Alcântara fazia parte do projeto inicial de povoamento de Petrópolis – a primeira cidade planejada da América Latina. Um sonho do então imperador D. Pedro II e da filha, a princesa Isabel. O monarca, no entanto, não viu seu sonho ser concretizado.
“Quando estava no exílio em Paris, na França, o imperador questionava: ‘Estão continuando a minha igreja, a nova matriz?'”, lembra o bispo.
O início do trabalho foi no ano de 1876. Foram 93 anos até que o trabalho fosse finalmente concluído, o que se deu em várias etapas. Apenas no ano de 1970 o relatório final da obra foi apresentado.
Uma década depois, o Iphan deu o reconhecimento de patrimônio cultural do país. Mas, no ano de 1988, durante a, até então, maior tragédia ambiental da história da cidade – que teve mais de 200 mortos, um movimento de terra também passou a ameaçar a catedral.
“Na chuva de 1988 não apareceu nada. Mas, com o tempo começou a apareceu uma rachadura do lado esquerdo de quem entra na catedral. Havia, claro, um risco de desabamento no futuro caso esse problema não fosse solucionado. A obra incluiu um reforço na estrutura e agora o monumento está seguro”, avalia a responsável pelo projeto de recuperação.
Fonte: Portal G1