Após registro de casos de aplicações de vacinas contra a Covid-19 com seringas vazias, o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro e outras autoridades do estado fizeram recomendações para evitar que situações como essas se repitam.
O Ministério Público e a Polícia Civil investigam os casos ocorridos em Niterói, na Região Metropolitana e em Petrópolis, na Região Serrana, que podem ser tratados como peculato.
5 min Polícia investiga casos de vacinação falsa no RJ
Polícia investiga casos de vacinação falsa no RJ
A polícia do Rio de Janeiro investiga falsas vacinações em idosos no estado. São casos em que não tinha nada dentro das seringas ou, a princípio, profissionais de saúde não aplicaram o líquido nas pessoas que foram aos locais de imunização.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que são investigados possíveis desvios relacionados à vacinação.
Se as investigações confirmarem que houve desvio de dose, ou qualquer outra irregularidade, o profissional de saúde poderá ser autuada pelo crime de peculato, que tem penas que podem chegar até a 12 anos de reclusão.
Entre as investigações já existem inclusive apurações relacionadas às denúncias de falsa dose de vacina em Niterói e Petrópolis.
Em Petrópolis, a secretaria de Saúde ouviu a enfermeira responsável pela aplicação da vacina com a seringa vazia. Ela afirmou que não percebeu que a seringa estava vazia.
A profissional foi afastada do trabalho, e o caso é investigado também pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RJ).
“A gente entende que foi uma falha, não queremos levar pra esse lado, pra essas calúnias que tão levantando”, afirmou o secretário de Saúde do município, Aloísio Barbosa Filho.
O MP-RJ e as secretarias tratam as situações como “pontuais”.
O secretário Municipal do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, disse que não houve nenhuma reclamação formal sobre o assunto, mas que o idoso e acompanhante podem reclamar no momento da vacinação.
“Nossa recomendação pros vacinadores é mostrar a aspiração e também a aplicação da dose para o acompanhante e para o idoso. Qualquer dúvida, qualquer problema, esclarecer no momento da vacinação”, disse.
O secretário Estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, disse que qualquer irregularidade deve ser notificada aos responsáveis do posto de vacinação imediatamente, e uma sindicância deve ser aberta.
“Quando for notificado, o responsável pela vacinação no local, ele tem a obrigação de ser notificado e apurado uma sindicância. A ação é imediata inclusive no local. Se foi apurado no local e foi notificado pelo usuário no local, o chefe do posto ou o chefe da vacinação no local no momento, tem que fazer a sindicância, apurar e notificar isso. Isso não pode acontecer e ficar para lá. Não pode e não deve”, disse Chaves.
A promotora Bárbara Nascimento, do Ministério Público, disse que é direito do vacinado acompanhar todas as etapas do processo de vacinação.
“A pessoa tem o direito a ver que a agulha é descartável, tem o direito a ver o líquido ser aspirado do frasco, tem o direito a acompanhar toda a aplicação, e se ela quiser filmar, se ela quiser fotografar, quiser que um acompanhante filme ou fotografe, ninguém pode impedir isso”, explicou.
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Fonte: G1