Ato em frente à Casa da Morte marca início da ‘Semana da Memória, Verdade e Justiça’ em Petrópolis, no RJ | Região Serrana


Um ato em frente à Casa da Morte nesta quarta-feira (31) marcou o início da programação da Semana da Memória, Verdade e Justiça em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. No espaço foram colocadas faixas com os dizeres “Ditadura nunca mais” e “Pela transformação da Casa da Morte em um Centro de Memória”.

A Casa da Morte é conhecida como um dos principais centros clandestinos de tortura e assassinatos de presos políticos do país no início da década de 1970. De acordo com pesquisa feita pela Comissão da Verdade de Petrópolis, pelo menos 22 pessoas foram torturadas e mortas no imóvel.

A única sobrevivente da casa foi Inês Etienne Romeu, responsável por denunciar a existência do aparelho de torturas e assassinatos. A militante morreu em 2015 em sua casa em Niterói.

A Semana da Memória é prevista em lei municipal e acontece sempre a partir do dia 31 de março, data considerada como o início do golpe militar de 1964, que deu origem a 21 anos de ditadura, onde ocorreram perseguições políticas, sequestros, torturas e assassinatos no Brasil.

As atividades são organizadas pelo Grupo Pró-Memorial Casa da Morte, Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) de Petrópolis, a sociedade civil e vão até o dia 6 de abril.

De acordo com os organizadores, o objetivo da semana é evitar que tais acontecimentos sejam esquecidos pela sociedade, lembrando que centenas de brasileiros são considerados desaparecidos mesmo 57 anos após o início da ditadura no país e toda a geração foi marcada pelas graves violações contra os direitos humanos naquele período.

“Ainda hoje, temos que presenciar pessoas pedindo a volta da ditadura e homenageando torturadores. Não podemos permitir a propagação desse ódio. E infelizmente, Petrópolis, lugar onde existiu uma casa em que aconteciam as mais diversas formas de prisão e tortura também é cidade natal de quem defende a volta do AI-5. Nem todo mundo entendeu, mas muita gente não esqueceu”, afirmou a advogada do CDDH e integrante do Grupo Pró-Memorial, Daniele Linden.

  • 19h – Não esquecer o que não cessa: Lugares de Memória, Violência de Estado e Resistência no Rio de Janeiro – Exibição no canal do Cemesf
  • 20h – Live “Até onde a ditadura militar nos deixou marcas?” Com Anita Prestes e Leonardo Boff – Exibição na página oficial do CDDH



Fonte: G1