Artista de rua argentina diz que levou pancada com ferro na cabeça após pedir comida em Teresópolis


Chilena, que é amiga da vítima, gravou parte das agressões em um food truck da cidade. ‘Fui perguntar se tinha sobrado alguma coisa para comer porque estávamos com fome’. A artista fez exame de corpo delito no IML. Argentina disse que levou pancada com ferro na cabeça após pedir comida em food truck, em Teresópolis
Arquivo pessoal
Duas artistas de rua, uma argentina e uma chilena, que estão há menos de um mês em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, registraram ocorrência na Polícia Civil por lesão corporal contra o dono de um food truck na madrugada de domingo (23).
A argentina contou ao g1 que foi agredida na cabeça com um pedaço de ferro depois que ela e a amiga foram pedir comida porque estavam com fome.
“Eu vi que a lanchonete estava fechando e eu fui perguntar se tinha sobrado alguma coisa para comer porque estávamos com fome. Aqui sempre liberam alguma coisa pra nós comermos quando o local tá pra fechar”, disse a mulher, que preferiu não revelar o nome.
Ela disse ainda que um funcionário explicou que teria que falar com o dono do estabelecimento.
“Quando o dono do local ‘fica’ perto de mim, ele ‘fala’ que não tinha nada. Eu falei se não tinha nenhuma batatinha, e ele me fala “não”, e ele me deu uma pancada com um ferro na minha cabeça”, conta.
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Depois da agressão, a parceira da argentina começou a gravar o vídeo, que viralizou nas redes sociais da cidade.
“Eu quero justiça, né?! Para que não aconteça mais essas coisas com ninguém. Seja homem, mulher, uma agressão só por um pouco de comida”, disse a mulher.
Nesta segunda-feira (24), a viatura Maria da Penha, levou a argentina até o Instituto Médico Legal (IML), para realizar o exame de corpo de delito.
No dia da agressão, a Polícia Militar esteve presente e acompanhou o caso. Todos os envolvidos foram para a 110ª Delegacia de Polícia, onde a ocorrência foi registrada.
De acordo com a mulher agredida, a conduta dos policiais militares também foi constrangedora para ela.
“Eles chegaram e eram como parceiros do dono do local. Então, só escutava ele. Me levaram para a delegacia e lá eles ficaram fazendo piadas do lado de fora”, relatou a vítima.
Em nota, o 30° Batalhão de Polícia Militar informou que nesta segunda-feira (24) o Comandante instaurou um procedimento apuratório interno, em caráter de urgência, para verificar eventuais responsabilidades quanto à conduta dos policiais que atuaram na ocorrência.
O g1 ligou para o dono do estabelecimento apontado pelas artistas como o agressor, mas as ligações não foram atendidas. Uma mensagem também foi deixada, mas nenhum retorno foi dado até a publicação desta reportagem.
O g1 também fez contato com a delegacia, que disse que o caso segue com o “Juizado Especial Criminal”. A reportagem tenta mais informações com a Polícia Civil sobre o caso.
Após fazer o exame de corpo de delito, a vítima seguiu para a Secretaria da Mulher, onde teve apoio psicológico. Ela também recebeu assistência da Secretaria de Desenvolvimento Social do município.

Fonte: Portal G1