Vacinação de idosos abrigados em instituições de longa permanência deve prosseguir até sábado


A prefeitura do Rio estima que até sábado deverá concluir a vacinação de idosos abrigados em instituições de longa permanência, um dos grupos prioritários para a primeira leva. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, a imunização nesses locais começou na terça-feira, tendo sido aplicadas 673 doses. Nesta quarta-feira há uma estimativa de aplicação de 23 mil doses apenas pela manhã. Profissionais da saúde também estão sendo vacinados nesta etapa

Osvaldo das Neves, de 86 anos, foi o primeiro idoso vacinado nesta quarta-feira na Vila Residencial de Idosos, da Fundação Leão XII. Ele é também o acolhido mais antigo e está na unidade que fica em Nova Sepetiba, na Zona Oeste, desde sua inauguração em 2002. No local residem 48 acolhidos.

Os 72 profissionais que atuam no atendimento também estão sendo imunizados. A vacinação ocorre ainda no Centro de Recuperação Social (CRS) de Campo Grande. Em seguida, será a vez do CRS de Itaipu, em Niterói. Ao todo, 370 pessoas, entre acolhidos e profissionais das três unidades de acolhimento, serão imunizadas pela CoronaVac. Elisa de Santa Rosa, de 81 anos, contou que, para ela, ser uma das primeiros imunizados é motivo de orgulho.

— Tem muita gente querendo se vacinar e ainda não pode, né? Me sinto muito privilegiada — disse a idosa.

Andréa Baptista, presidente da Fundação Leão XIII, disse que ao longo da pandemia, a instituição investiu em planos de contingência e protocolos de atendimentos, garantindo que não houvesse nenhum caso de Covid-19 entre os abrigados. Porém, destacou que a vacina é a garantia de esperança de dias melhores, embora vá prosseguir com os cuidados:

— É uma emoção muito grande darmos início à vacinação dos nossos idosos. Ao longo da pandemia, investimos em planos de contingência e protocolos de atendimento que têm garantido que nenhum caso de Covid-19 tenha sido registrado até agora. As medidas de segurança e os cuidados vão seguir, claro, mesmo depois da imunização. Mas não podemos deixar de dizer que esta é a vacina da esperança de dias melhores — destacaou .

Joaquim, de 90 anos, se imunizou na casa geriátrica onde vive, em Guadalupe
Joaquim, de 90 anos, se imunizou na casa geriátrica onde vive, em Guadalupe Foto: Divulgação

Na Casa Geriátrica São Mateus, em Guadalupe, a vacinação começou às 8h, por Maria de Lourdes Vaz, de 62 anos, abrigada que há quatro. Joaquim Paulo da Silva, de 90 anos, também aproveitou para se imunizar.

Dos 80 idosos do local, apenas dois não foram imunizados. Uma porque estava gripada e outro, de 82 anos, que se recusou a tomar a vacina. Os 27 funcionários também entraram na fila da imunização.

— Essa vacina era esperada. Então estão todos felizes com a vacinação. Os próprios familiares ficavam a toda hora perguntando quando começaria — afirmou Cristina Pinto, responsável pela Casa Geriátrica, que ainda não sabe que medida tomar em relação ao idoso que recusou a imunização.

Ele não foi o único. Mesmo com euforia com o início da vacinação contra a Covid-19, a desconfiança em relação à vacina fez com que seis idosos abrigados nas instituições de longa permanência se recusassem receber a imunização. Como O GLOBO mostrou, a recusa tem causado preocupação nas administrações dos asilos.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, apelou para que todos os idosos que fazem parte dos grupos prioritários se imunizem e garantiu que a vacina é segura.

— A grande maioria das pessoas quer muito tomar a vacina, está muito emocionada com este momento de vacinação. Infelizmente, ainda há pessoas que têm resistência à vacina, e isso é muito ruim, porque elas colocam em risco as vidas delas e o coletivo — relatou Soranz.— Esta vacina é muito segura, sem nenhum efeito adverso grave documentado, todos os efeitos adversos foram muito leves nos estudos — explicou o secretário.





Fonte: G1