Sem dinheiro, Abrigo Cristo Redentor pode ficar sem alimentos



O Abrigo Cristo Redentor corre o risco de não ter mais recursos para a compra de alimentos, remédios e outros suprimentos necessários para a manutenção dos idosos que dependem da instituição. Desde novembro passado, o abrigo vive um drama por conta da falta de repasse de verbas que deveriam vir da Prefeitura de São Gonçalo e da Fundação Leão XIII.

No dia 31 de dezembro, como mostrado pelo OSG, a Prefeitura de São Gonçalo decidiu não renovar o contrato que tinha com o abrigo, o que causou, na época, um misto de ansiedade e tensão entre os mais de 50 idosos que eram mantidos lá pelo poder municipal. Com a decisão, ficou restando somente a Fundação Leão XIII tendo de repassar os recursos. Porém, segundo o superintendente Ademir Nunes, a fundação não tem repassado as verbas e ainda possui uma dívida milionária com a instituição, que chega aos R$ 3 milhões.

“Devido à falta de recursos financeiros que deveriam ser oriundos do Estado e da Prefeitura (Fundação Leão XIII e Secretaria Municipal de Assistência Social), o abrigo está completamente impossibilitado de adquirir alimentos, medicamentos, fraldas geriátricas e todos os outros produtos indispensáveis para os cuidados aos nossos idosos, e declara publicamente à toda população e aos órgãos controladores, especificamente ao Ministério Público, essa sua condição, devido ao total desleixo e despreocupação dessas instituições envolvidas com seres humanos dependentes do seu empenho”, disse Ademir. “A Prefeitura também não pagou a quantia referente a mês de dezembro que deveria ser paga agora em janeiro. Ela fez um chamamento à outras empresas, mas ninguém comunicou nada ao abrigo, ninguém foi lá, só disse verbalmente que iriam, mas ninguém apareceu”, completou.


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Ainda segundo Ademir, ele e o presidente do abrigo estão tendo que arcar com as despesas de alimentação com dinheiro do próprio bolso, mas a situação pode ficar inviável devido ao tamanho do abrigo e a quantidade de idosos que são atendidos. 

“A última compra de comida, especificamente de carne, fizemos eu e o presidente. Nós dividimos, compramos e deve durar,  pelos nossos cálculos, até o dia 20, mais ou menos. Daí pra frente não dá porque eu não tenho condição de ficar mantendo o abrigo.  Em questão de remédios e outras coisas, a gente tem até semana que vem. Esse é o grande problema, mas eu não sei como que vai ser. E ninguém se manifesta. Ministério Público não fala, ninguém fala nada e como é que fica isso?”, questionou o superintendente.

Uma das provisões que tem ajudado a manutenção do abrigo é a solidariedade dos munícipes que estão sempre fazendo doações ao Cristo Redentor, mas o superintendente diz que não tem como ficar contando sempre com um recurso que é periódico e não recorrente. O problema, porém, não são só os mantimentos, mas também o salário dos funcionários, que vão para o terceiro mês de atraso, além das contas de energia, que também não foram pagas e dependem do repasse dos recursos para serem quitadas.

Procuradas, a Fundação Leão XIII e a Prefeitura de São Gonçalo ainda não se manifestaram.



Fonte: O São Gonçalo