Enquanto algumas pessoas teimavam em desrespeitar as regras sanitárias mais rigorosas impostas desde sexta-feira, o Rio de Janeiro bateu ontem um novo recorde na fila de espera de leitos de UTI Covid no SUS: 710 pacientes em estado grave não tinham vaga, segundo relatório da Secretaria estadual de Saúde. Na véspera, eram 678. Nada menos que 92,4% dos leitos de cuidados intensivos estavam ocupados (92% na capital). Ao todo, 13 cidades do estado operavam leitos de UTI acima da capacidade ou estavam com a lotação máxima. Entre os municípios nessa situação se encontram Belford Roxo, Nova Friburgo, Iguaba Grande e Saquarema.
— Vou avaliar com a central de regulação para verificar se há alguma irregularidade nesse municípios. Uma hipótese é que essas prefeituras podem ainda não ter incluído as vagas no Cadastro Nacional. O que não pode é internar esses pacientes em cadeiras e macas e chamar de leitos — diz o secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, que promete abrir 149 novos leitos de UTI e 87 de enfermaria até sexta-feira na rede federal, estadual e privada.
No caso da capital, a meta para esta semana é abrir mais 20 vagas, sendo dez em UTIs. Ontem, o tempo médio de espera por uma vaga de UTI chegava a 20 horas no estado. No caso de enfermarias, a média de espera era de 18 horas.
A escalada de mortes e contágio parece não preocupar a todos. Ontem à tarde, fiscais da Secretaria de Ordem Pública e PMs fecharam uma casa onde acontecia uma festa paga com cerca de 300 pessoas na Taquara, em Jacarepaguá. Muitos frequentadores não usavam máscara. O organizador será multado em quantia a ser arbitrada, entre R$ 2,8 mil e R$ 15 mil.
Em um dia de calçadões cheios (só atividades físicas individuais são permitidas na orla do Rio), foram registradas na cidade cenas de desrepeito às restrições impostas pela prefeitura na tentativa de reduzir a transmissão da Covid-19. Embora as areias estivessem menos cheias do que costumam ficar num domingo de sol, ao longo de todo o dia, banhistas foram flagrados tomando sol e se divertindo no mar, o que está proibido. No Leblon e em Copacabana havia até ambulantes, embora a prefeitura tenha anunciado um auxílio emergencial de R$ 500 para compensar perdas no período das restrições (até 4 de abril).
O resultado das ações de fiscalizção no sábado foi de 864 autuações em todo o município. O número inclui multas e interdições, infrações sanitárias, multas de trânsito, reboques e apreensões. Foram aplicadas 60 multas a bares, restaurantes e ambulantes, e foram fechados 19 estabelecimentos em desacordo com as regras sanitárias.
Fonte: G1