Rio espera decisão da Anvisa para instalar barreiras sanitárias no município e aposta em calendário da vacinação sem atrasos


Uma norma técnica — para especificar como funcionará a barreira sanitária em portos e aeroportos do município — feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá sair ainda nesta sexta, ou. no mais tardar, na próxima semana. A informação é do secretário municipal de Saúde do Rio, o médico Daniel Soranz, na manhã desta sexta-feira, durante a divulgação do 21º boletim epidemiológico. Além disso, o secretário afirmou que nos próximos dias o município espera receber mais de 500 mil testes rápidos que deverão ser enviados pelo Ministério da Saúde.

A cidade ainda se prepara para dar início ao calendário de imunização por idade na próxima segunda-feira, dia 31, e conta em receber os lotes dentro dos prazos previstos para cobrir a população com mais de 18 anos até o fim de outubro.

— Estamos discutindo a barreira sanitária para os aeroportos e estamos esperando a decisão — afirmou Soranz.

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Sobre o morador de Campos dos Goytacazes, de 32 anos, confirmado como o primeiro caso do estado com a nova variante indiana da Covid-19, a pasta tem acompanhado o caso, uma vez que o homem cumpre a quarentena no Rio. No momento, ele tem quadro estável e segue em isolamento.

— O passageiro não tem a necessidade de fazer um novo teste. Ele precisa apenas ficar isolado. Ele me disse que está bem e ansioso. Vamos seguir o monitoramento durante os 14 dias. Após isso, será feito um novo teste. Um enfermeiro da empresa dele também está acompanhado. Além disso, estamos acompanhando também as duas pessoas que estavam com ele e estamos ligando para todas as pessoas do voo. Essas não foram testadas. Apenas quem teve relação com o passageiro, como os trabalhadores do hotel, foram testados e os resultados foram negativos — disse o secretário. Até agora, 28 pessoas que tiveram contato com o homem estão sendo acompanhadas.

Até agora, 495 pessoas no país foram detectadas com novas variantes, das quais 384 moram na capital fluminense.

Soranz falou sobre o decreto publicado nesta sexta-feira que, entre as novidades, não consta a proibição da entrada de ônibus fretados vindos de outros municípios:

— Não faz sentido fazer ação de bloqueio em ônibus entre municípios ou estados. Não pretendemos fazer essa vigilância. Estamos esperando a resolução da Prefeitura para saber como será feita com os aeroportos — disse.

A mudança nas medidas restritivas — entre elas, o fim do horário de encerramento para música ao vivo em bares e restaurantes — é feita num momento em que a cidade tem queda em parte dos números relacionados à Covid-19. O superintendente da Vigilância em Saúde do município, Márcio Garcia, afirmou que houve aumento, há semanas, em relação a pessoas infectadas, mas que hoje a cidade está mantendo o número de atendimentos diários.

— Os casos estão estáveis. Hoje temos pouco mais de mil pessoas internadas com Covid-19. Esse número está se mantendo — salientou.

Segundo a SMS, a população de 60 anos ou mais, com 97,7% já vacinada ao menos com a primeira dose, não tem apresentado aumento nos hospitais. A maioria dos internados tem idade entre 40 e 59 anos.

— Esse efeito de redução dos internados mostra que a vacina está fazendo efeito — disse o secretário Soranz.

Atualmente, 1.355 pessoas estão internadas nas unidades de saúde do município infectadas pela Covid-19. Mais de 20 aguardam leitos. Segundo a cidade do Rio, 68% dos leitos para a doença estão ocupados.

Mais de dois milhões de vacinados

Dois milhões de cariocas já foram imunizados com a primeira dose — isso é mais de 30% da população do município. A meta é vacinar 5 milhões de pessoas acima dos 18 anos até o fim de outubro.

A Prefeitura do Rio espera que os novos lotes das vacinas cheguem ao Rio sem atraso. Na próxima segunda-feira, dia 31 de maio, a cidade dá início a seu calendário dividido por idade, atendendo a mulheres de 59 anos neste dia.

— Toda semana temos uma previsão de entrega de doses com o Ministério da Saúde. Essa previsão foi checada com os envolvidos na produção das vacinas. A partir daí, conseguimos dar uma previsibilidade para o calendário. Essa é uma programação que leva em consideração as pessoas já vacinadas. A nossa expectativa é que doses extras sejam entregues ao Ministério da Saúde — afirma Soranz, que completa:

— Esse é um calendário que aumenta uma cobrança para todos. É necessário que quando chega a vacina, que ela seja entregue logo. Não faz sentido a vacina ser entregue pelos produtores e ficar estocada no Ministério da Saúde. Com a chegada do ministro (Marcelo) Queiroga esse tempo de entrega diminuiu. Antes era uma semana.

Questionado sobre a liberação de público para os estádios, com o início do Campeonato Brasileiro neste final de semana, o secretário afirmou que “não é o momento para a liberação de público de estádio”:

— Países que estão liberando tem um número vacinal maior que a gente e as pessoas são testadas antes da partida. Entendemos que esse não é o momento da liberação.





Fonte: G1