Uma armadilha fotográfica instalada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) registrou a presença do ratinho-goytacá (Cerradomys goytaca) no Parque Estadual da Lagoa do Açu, em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense. O flagrante ocorreu há cerca de dois meses e reforça a relevância da unidade de conservação para a preservação da biodiversidade local.
De hábitos noturnos, o pequeno roedor é exclusivo das restingas do Norte do Estado do Rio e tem papel essencial no equilíbrio ambiental. Ele se alimenta principalmente de coquinhos de guriri, atuando como dispersor de sementes e como bioindicador da qualidade ambiental, já que sua sobrevivência está diretamente ligada ao grau de preservação do habitat.
“A presença dessa espécie no nosso parque deve-se ao elevado grau de preservação da unidade de conservação. Por isso, é considerado um bioindicador ambiental”, destacou Samir Mansur, gestor do parque.
O que se sabe sobre o ratinho-goytacá
- Espécie restrita ao Norte Fluminense
- Habita áreas de restinga bem preservadas
- Alimenta-se de coquinhos de guriri
- Atua como dispersor de sementes e bioindicador ambiental
- Consta na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da IUCN
Descoberto por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no Parque Nacional de Jurubatiba, o roedor também já foi registrado no Parque Estadual da Lagoa do Açu. Segundo o biólogo Carlos Bruno de Lemos, a principal ameaça ao animal é a destruição de seu habitat e a presença de espécies exóticas, que competem por recursos ou atuam como predadores.
Parque da Lagoa do Açu
Com mais de 8.200 hectares, o Parque Estadual da Lagoa do Açu abrange os municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra. A área protege um dos remanescentes mais preservados de restinga do Rio de Janeiro e é rota de diversas aves migratórias.
Tupi.FM