Prefeitura inicia testagem de Covid-19 com primeiro lote de 10 mil dos 450 mil testes anunciados


RIO — A partir dessa semana, a prefeitura vai iniciar novo programa de testagem de Covid-19, com objetivo de melhorar o rastreamento de contágios. Assim, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) pretende identificar surtos específicos pelos bairros e direcionar ações de bloqueio, o que pode significar fechamento de estabelecimentos. A meta é testar 450 mil pessoas, que poderão solicitar testes após auto notificação de sintomas através de um aplicativo ou pelo canal 1746. Por enquanto, chegaram 10 mil testes rápidos, doados pelo grupo União Rio, e a meta é conseguir outros 440 mil, em negociações com setor privado, governo estadual e federal.

Leia mais: Paes diz que imunização contra a Covid-19 pode começar no dia 25 no Rio

Na manhã deste domingo, o prefeito foi à Central de Logística da Secretaria municipal de Saúde, em Jacarepaguá, para receber os 10 mil testes rápidos de antígeno. No local, que conta com refrigeradores em temperaturas entre 2º e -8º, também serão armenadas as vacinas. Em breve o aplicativo para testes deverá ficar pronto, explicou a SMS, mas nessa semana a população pode usar o canal 1746 e os testes serão feitos nas clínicas da família e centros municipais de saúde.

— Os testes são fundamentais para interromper a cadeia de transmissão da Covid-19. Quem tiver qualquer sintoma de coronavírus, tosse , febre, perda de paladar, pode se autonotifcar, botar data de sintoma e uma equipe de saúde da família entrará em contato com a pessoa. Se precisar, vai fazer o teste. A partir da testagem, começa o rastreamento do contato. Em áreas com maior índice de contágio, precisaremos fazer ações de bloqueio — explicou Soranz. — Precisamos identificar se há muitas notificações em um mesmo local, como escola, escrtório, estabelecimento comercial. Se houver mais de cinco casos, é considerado um surto, e aí podemos fechar o estabelecimento.

Na última sexta, a prefeitura apresentou um mapa da cidade com classificação de risco de contágio para cada uma das 33 Regiões Administrativas. Nessa semana, um novo decreto será publicado, afirmou Paes, com regras e critérios em relação a essas classificações. Por enquanto, o prefeito descartou a adoção de lockdown na cidade.

Prefeito esteve na Central de Logística da Secretaria municipal de Saúde, na manhã deste domingo, para receber 10 mil testes rápidos doados pelo grupo União Rio.
Prefeito esteve na Central de Logística da Secretaria municipal de Saúde, na manhã deste domingo, para receber 10 mil testes rápidos doados pelo grupo União Rio. Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Em relação às seringas e agulhas para vacinação, a prefeitura começará a distribuição de 700 mil unidades às clínicas de família e centros municipais de saúde. O secretário de Saúde afirmou que o governo estadual prometeu um aporte de mais 2,8 milhões desses itens, o que será, segundo Soranz, o suficiente para a vacinação na cidade.

Sobre a abertura de novos leitos, já houve de 130 dos 343 prometidos e a expectativa é que os leitos da rede privada – 150 – fiquem prontos somente no início de fevereiro.

— Nas duas próximas semanas, os hospitais privados deverão apresentar documentaçao. Se forem leitos adequados, começaremos a chamar. Deve ser na primeira ou segunda semana de fevereiro — afirmou Soranz.

Expectativa da prefeitura é que vacinas comecem a chegar na próxima semana

Após declararem que seguirão o calendário do Ministério da Saúde, assim descartando a compra direta de vacinas do Coronavac, o prefeito Eduardo Paes e o secretário de Saúde Daniel Soranz afirmaram que há expectativa para chegada de doses ao Rio já na próxima semana, vindas do Instituto Butantan. Com a definição da compra de 46 milhões de doses por parte do Ministério da Saúde, o prefeito Eduardo Paes explicou que o mais “civlizado” é aguardar o Plano Nacional de Imunização.

— O Butantan já apresentou à Anvisa o pedido de registro mas solicitou a distribuição das vacinas antes mesmo do registro. Nossa expectativa é receber vacinas já a partir da próxima semana, ou que a cadeia de logística já fique mais claro — explicou Soranz.

A previsão da prefeitura segue sendo que a vacinação comece entre os dias 20 e 25 de janeiro, mas os próximos passos dependem da autorização da Anvisa. Assim, a prefeitura não concretizará o acordo para compra de 3,2 milhões de doses da Coronavac, que havia sido assinado junto ao Instituto Butantan.

— Não precisou valer o acordo porque o governo federal comprou todas as vacinas, então vamos fazer o que é o mais normal e civilizado, que é o Plano Nacional de Imunização — afirmou o prefeito Eduardo Paes, que já havia feito esse anúncio no sábado.





Fonte: G1