Um pesquisador da Região dos Lagos publicou um vídeo nas redes sociais (assista no final dessa reportagem), essa semana, em que mostra um cardume de cavalos-marinhos que nada tranquilamente na beira da Praia do Arrastão, em São Pedro da Aldeia, em plena Lagoa de Araruama.
A cena inusitada – e impensada até pouco tempo – que enche de esperanças os moradores, turistas e pescadores da região, afinal de contas, se uma espécie tão sensível e ameaçada de extinção está sobrevivendo por lá, as demais espécies também vão prosperar, salvando a Lagoa e trazendo o sustento para muitos pescadores, que retiram das águas hipersalinas da Lagoa a fonte de seu sustento e o de suas famílias. As imagens foram cedidas ao Plantão dos Lagos pelo pesquisador Arnaldo Villas Boas.
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DA LAGOA DE ARARUAMA. CLIQUE AQUI!
A recuperação da balneabilidade da Lagoa de Araruama é um processo lento e gradual que envolve altos investimentos feitos pelas concessionárias responsáveis pelos tratamentos de águas e esgotos da região: Aguas de Juturnaíba e Prolagos. Também vem de muitos anos e da luta incansável dos abnegados defensores da Lagoa. Também é resultado de muitas ações envolvendo a Justiça com a promulgação de leis e a assinatura de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) com órgãos ambientais uma série de movimentos feitos em conjunto com os governos municipais, estadual e federal.
O início de todo esse processo foi há muito tempo, quando o então vereador de Cabo Frio, Emanoel Fernandes, presidiu a Comissão de Despoluição da Lagoa de Araruama na Câmara Municipal de Cabo Frio, em 2013. Na ocasião foram realizadas uma série de reuniões, debates, e uma ampla plenária para discutir as ações a serem realizadas e os compromissos que seriam assumidos por todos os envolvidos em uma audiência pública que lotou as dependências do Teatro Municipal de Cabo Frio.
Na ocasião, entre outras decisões, foi debatido o projeto de Lei 158/2013 – que tratava da despoluição e preservação da Lagoa de Araruama (que entre outras coisas proíbe licenças para novas construções que não apresentarem projeto de esgotamento sanitário com fossa, filtro e sumidouro; proíbe licenças de construção, alvarás ou habite-se para condomínios e qualquer empreendimento comercial ou residencial de grande porte que não apresentem programa de coleta de óleos vegetais nem dispuserem de Estação própria para Tratamento de Esgoto e sistema de reutilização da água; obriga postos de combustíveis, lava jatos, transportadoras, empresas de ônibus e locadoras e revendedoras de automóveis que tenham postos de lavagem a implantar sistema de reutilização de água e determina a instalação de coletores especiais para bitucas de cigarro em pontos de grande fluxo de pessoas, entre outras medidas.
Nos últimos oito anos, muitas ações decorreram do trabalho da Comissão de Despoluição da Lagoa de Araruama. E hoje a natureza – e a população dos municípios banhados pela lagoa – colhem os resultados desse esforço: e a prova está na “tropa” dos cavalos-marinhos nadando graciosamente na Praia do Arrastão, uma cena impensável há pouco tempo. “É muito gratificante ver que o nosso trabalho enquanto legislador rendeu frutos tão significativos e importantes para as futuras gerações. Hoje a Lagoa de Araruama respira muito mais aliviada. Ainda há muito o que se conquistar, mas tenho a certeza de que vamos conseguir, porque afinal de contas não estamos sozinhos nessa luta”, destacou Emanoel Fernandes.
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- Fonte: Redação / Plantão
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