Para lembrar os quase 600 mil mortos pela Covid-19, ONG estende lenços brancos em Copacabana


Na manhã desta sexta-feira, um ato da ONG Rio de Paz na Praia de Copacabana lembrou os quase 600 mil mortos pela Covid-19 no Brasil. A organização não governamental estendeu em um varal na areia, em frente ao Copacabana Palace, com 600 lenços brancos. Além disso, a “manifestação também é um ato de repúdio ao modo como o Governo Federal e parte da sociedade vem tratando a pandemia desde o início da crise sanitária”, diz a ONG. Os lenços serão entregues à CPI da Covid-19.

O Brasil registrou nesta quinta-feira, dia 7, 451 mortes por Covid-19, elevando para 599.865 o total de vidas perdidas para o novo coronavírus desde o começo da pandemia. A média móvel foi de 438 óbitos, redução de 22% em comparação há duas semanas, o que indica tendência de queda, após 22 dias em estabilidade ou até mesmo alta. Esse é o menor índice desde 13 de novembro do ano passado. Nesta sexta-feira o país deve chegar à marca de 600 mil pessoas mortas pela doença.

Ato da ONG Rio de Paz é realizado na Praia de Copacabana com o país próximo de chegar à marca de 600 mil por Covid-19
Ato da ONG Rio de Paz é realizado na Praia de Copacabana com o país próximo de chegar à marca de 600 mil por Covid-19 Foto: Divulgação

Os lenços brancos estão pendurados por pregadores pretos em varais, onde também estarão algumas bandeiras do Brasil. Quatro faixas também estão distribuídas pela instalação. Uma com a pergunta: “Quem são os responsáveis por esta tragédia?”. As demais têm as palavras “incompetência, irresponsabilidade e insensibilidade”.

Lenços serão entregues à CPI da Covid

No começo da tarde desta sexta, os lenços serão entregues para o taxista Márcio Antônio, que perdeu o filho para a Covid-19 em abril do ano passado. Márcio se tornou um dos símbolos da luta pela memória das vítimas quando recolocou as cruzes na areia de Copacabana, durante uma das manifestações, retiradas por um homem contrário ao ato.

Os lenços serão levados por Márcio e pela ONG Rio de Paz a Brasília no dia 19 de outubro, data de encerramento da CPI da Covid. O material será entregue ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI. O motorista lembra “que essa tragédia poderia ter sido evitada”:

— Esse é um sentimento de tristeza e muita indignação porque poderíamos ter evitado. No primeiro ato que eu participei eram 100 mil mortos. E já era uma coisa absurda. Eu nunca pensei que chegaríamos aos 200 (mil). E hoje estamos chegando aos 600 (mil). Esses lenços serão entregues lá na CPI, ao senador Randolfe, com a esperança para consolidar o trabalho que eles fizeram para responsabilizar quem é o responsável por essas mortes. Cada lenço desse representa uma vida. Espero que a gente não precise voltar aqui para fazer novos atos. É preciso responsabilizar as pessoas (que deixaram isso acontecer). Não foi só a Covid que fez essa tragédia. Muitas autoridades também — afirma Márcio Antônio.

Faixa estendida durante ato questiona sobre as responsabilidades quanto às mortes na pandemia
Faixa estendida durante ato questiona sobre as responsabilidades quanto às mortes na pandemia Foto: Divulgação

Para o presidente da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, é preciso refletir e questionar sobre como o país chegou a essa marca de vítimas da pandemia.

— Houve um morticínio no Brasil: 600 mil mortos pela Covid-19. Se queremos tirar alguma lição dessa espantosa perda de vidas a fim de que sofrimento como esse não se repita no nosso país, precisamos responder a uma pergunta central: quem são os responsáveis por esta tragédia? — salienta.

O presidente da ONG cita as palavras escritas nas faixas estendidas para definir a atuação do Governo Federal diante da crise sanitária:

— Três palavras sintetizam os erros cometidos pelo Governo Federal, principal responsável por estatística que nos põe no topo do número de óbitos no mundo: incompetência, irresponsabilidade e insensibilidade — diz ele.





Fonte: G1