Para economista, recuperação do legado olímpico do Rio melhora imagem da cidade na hora de atrair investimentos


Anunciadas nesta quinta-feira pela Prefeitura do Rio, cinco anos após os Jogos, as licitações que darão novas destinações às estruturas do Parque Olímpico foram recebidas com bons olhos pelo economista Claudio Frischtak. Frisando que foram poucas as sedes olímpicas que conseguiram se destacar pelo legado, o especialista afirmou que o projeto atual é positivo, já que a cidade passa por um momento de percepção da recuperação de sua imagem. Ele compara o resultado favorável do leilão da Cedae como um momento de oportunidades. Segundo Frischtak, é hora de a prefeitura apostar em uma modelagem contratual que traga benefícios ao município, como foi o caso do pregão da companhia de saneamento do estado:

— Como ambiente, o Rio passa hoje uma imagem positiva para investimentos. Coincidentemente, o legado também ficou com uma administração ruim. Há um ano, provavelmente, não seria atrativo fazer essas licitações. Mas era preciso pegar aqueles equipamentos e otimizar sua utilização — analisou o economista.

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Quase todo abandonado, o Parque Olímpico, na Barra, será alvo de várias licitações, segundo o município. O projeto anunciado pelo prefeito Eduardo Paes, prevê o desmonte do Centro Aquático e da Arena do Futuro (Centro Olímpico de Handebol), que vão virar quatro escolas municipais, a um custo estimado de R$ 78,8 milhões. Já o Centro de Tênis, as arenas 1 e 2, o Parque Público e o Live Site serão concedidos à iniciativa privada.

— Não foi só o legado olímpico que foi largado. A cidade foi largada. Não fica a sensação de desperdício. Não tem elefante branco. A única tristeza que eu tenho é sobre a cidade que foi abandonada — disse Paes, ao ser questionado sobre os ginásios que estão fechados.

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As novas escolas — em Santa Cruz, Campo Grande, Rio das Pedras e Bangu — devem começar a ser construídas em setembro, mas a previsão é que fiquem prontas apenas em 2023, sete anos depois da Olimpíada. Cada uma delas terá capacidade para 245 alunos. O desmonte também renderá recursos para a prefeitura, que vai vender em leilão todo o aço retirado do Centro Aquático. Segundo o prefeito, a empresa que vai transformar as instalações em escolas deve ser escolhida até o fim da próxima semana.

A piscina do Centro Aquático será mantida pela prefeitura no Parque Olímpico. A ideia é que aberta ao público. Já o Parque Aquático Maria Lenk continuará sob a administração do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).





Fonte: G1