Pai entrega bilhetes nas ruas do Rio e da Baixada Fluminense e ajuda página da filha a conquistar milhares de seguidores


De papel em papel, a moradora de Belford Roxo, Thainá Nascimento, de 27 anos, chegou a 49 mil seguidores no Instagram. E o responsável por esse número é o pai dela. O motorista de ônibus Tarcísio Nascimento começou a distribuir papéis com o nome da página da filha em diferentes locais da Baixada Fluminense e do Rio, pedindo a quem encontrasse no caminho para seguir o “Salgadinho da Thai”, onde a filha divulga o trabalho de venda de salgadinhos.

O perfil da jovem bombou tanto que ela já tem seguidores até de fora do país. Só neste segunda-feira, foram 7 mil seguidores a mais.

Em entrevista ao RJ1, da TV Globo, o motorista de ônibus disse que distribuiu os papéis em Duque de Caxias, Belford Roxo, na Central do Brasil e na Zona Norte do Rio.

— Eu pedia para as pessoas seguirem e falava: “Segue o Salgadinho da Thai que você não vai se arrepender. São lindos os salgados, maravilhosos. Se vocês seguirem lá e verem que o salgado não tem nada a ver, vocês podem falar humildemente que não gostou de seguir”. Quando as pessoas seguiam, me davam os parabéns pelo salgado e eu ficava muito agradecido — afirmou Tarcísio.

O motorista Tarcísio Nascimento distribuiu bilhetes com o nome da página da filha
O motorista Tarcísio Nascimento distribuiu bilhetes com o nome da página da filha

Thainá relata como Tarcício passou a ajudá-la na tarefa de bombar nas redes:

— Meu pai veio aqui em casa e eu comentei que ia chegar a 2 mil seguidores no Instagram e queria fazer um sorteio para ver se ajudava a bombar o perfil. E ele falou que ia me ajudar pedindo a amigos e, desde então, ele foi na rua mesmo pedindo para todo mundo seguir, até a casa dele, em Duque de Caxias.

No mesmo dia, a ideia do pai coruja deu resultado, e ela já viu os seguidores aumentarem na página. Primeiro, o motorista foi pedindo no boca a boca e, depois, começou a distribuir os papéis com o nome da página.

— Ele não me avisou sobre os papéis, foi por contra própria. Quando eu vi, já estava ganhando seguidores — conta a jovem.

Aos poucos, diversas páginas foram contando a história do pai de Thainá, e os seguidores foram multiplicando cada vez mais.

— Meu pai falou que só ia parar quando batesse 10 mil seguidores. Quando conseguimos, ele aumentou a meta 20 mil. Agora ele parou, porque todo mundo que o encontra diz que já segue a página — conta a empreendedora, que diz que as vendas triplicaram depois da divulgação do pai.

A jovem começou a fazer salgadinho para vender há quatro anos, mas investiu no negócio mesmo há dois, depois de um período desempregada. Ela diz que nunca teve sorte com empregos, e quando conseguia algo era sempre temporário, em comércios. A primeira vez que fez salgadinho para vender foi seguindo o conselho de uma tia, para dar saída aos quitutes que ela fez para o aniversário da filha, e que acabaram sobrando.

Depois da divulgação do pai, ela diz que as vendas triplicaram, e que já tem pedidos de Belford Roxo a Botafogo, na Zona Sul do Rio, e que não param de chegar mensagens no seu contato profissional, que ela ainda não deu conta de atender por causa da alta demanda.

Thainá trabalha sozinha na cozinha de casa. Ela mesma prepara a massa, os recheios, frita, faz a encomenda, e o delivery, que conta com a ajuda de um vizinho para entregar. A cozinheira chega a vender mil salgadinhos por dia, exceto aos domingos, quando tira o dia para organizar a semana.

Thainá foi criada pelo pai desde os 9 anos de idade, quando seus pais se separaram, e diz que a relação dos dois sempre foi muito próxima.

— Ele sempre me apoiou. Ele fala pra todo mundo que é desde que eu estava na barriga da minha mãe essa ligação. Eu não me lembro de nenhuma época em que a gente se desligou. Sempre foi ele para tudo, meu melhor amigo.

Thainá e o pai, Tarcísio Nascimento
Thainá e o pai, Tarcísio Nascimento

Agora, com o retorno da divulgação e das vendas, Thainá pensa em investir em um novo espaço futuramente para dar conta do volume de trabalhos.

— No momento, preciso de um ambiente. Eu estava pensando em investir nesse espaço que tenho em casa, e pretendo trabalhar para abrir um lugar que dê para dividir entre cozinha e um espaço para vender e receber clientes, mas não tenho como investir nisso — diz.





Fonte: G1