ONG de ex-jogador do Flamengo, Léo Moura, recebeu R$ 41,6 milhões do governo Bolsonaro



R$ 41,6 milhões. Esse foi o valor destinado repassado pelo governo federal para a ONG que leva o nome do jogador Léo Moura, ex-Flamengo e ex-Grêmio, segundo aponta o jornal Estado de São Paulo, neste domingo (09). Essa é a maior quantia repassada pela Secretaria Especial do Esporte do Governo Federal à uma instituição esportiva em 2020 e 2021, mesmo quando se fala de confederações olímpicas, que receberam menos do que a ONG do jogador. Um exemplo é a Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), que recebeu R$ 27,5 milhões, R$14 milhões a menos do que destinado para o instituto de Léo Moura.

Segundo informações do Estadão, um terço da quantia total enviada para a instituição do jogador, que busca formar novos atletas no futebol, teve origem no ‘Orçamento Secreto’ do governo. Os pagamentos para Léo Moura vem ocorrendo desde 2020 e os responsáveis pelo envio desse dinheiro são, principalmente, emendas dos deputados bolsonaristas Luiz Lima (PSL-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP). 

O valor é considerado acima do comum, segundo alguns especialistas da área. O que pode ser comprovado se levarmos em conta que outras confederações esportivas ganham bem menos do que isso. Por exemplo, a Confederação de Desportos Aquáticos ganhou, entre 2020 e 2021, cerca de R$ 9,1 milhões, já a Ginástica ganhou R$ 8,4 milhões, a de Vôlei recebeu R$ 8,4 milhões e a de Boxe R$ 7,1 milhões do governo federal. Todas essas confederações são de esportes olímpicos e ganham menos que a ONG do jogador. 

Informações do Estadão comprovam que essa técnica de passar dinheiro público do ‘Orçamento Secreto’ do governo já ocorre há algum tempo. Esse dinheiro é comumente destinado pelo governo federal aos parlamentares do Congresso, sem nenhum tipo de critério claro e definido.

Apesar disso, o Ministério da Cidadania e a Secretaria Especial do Esporte negam que tenha algo incomum com o repasse desse valor e afirmam que, pelo contrário, estes são escolhidos por decisões políticas e são obrigatórios.



Fonte: O São Gonçalo