Nota técnica do governo mantém capital e Baixada em classificação de risco alto para contágio; entenda


O governo estadual divulgou, na tarde desta sexta-feira, a 14ª atualização do Mapa de Risco da Covid-19, que avalia a influência da doença em território fluminense, levando em conta número de novos casos, internações e leitos de UTI disponíveis. O estudo concluiu que houve melhora no cenário da pandemia em quase todas as regiões, com exceção da Região Metropolitana I (Capital e Baixada Fluminense), que se manteve em bandeira vermelha (risco alto), Região Metropolitana II, que continuou em bandeira amarela (baixo risco), e da Região Serrana, que ficou na bandeira laranja (risco moderado). No geral, a nota técnica afirma que o estado do Rio de Janeiro recuou da bandeira vermelha para a bandeira laranja.

A nota técnica compara a semana epidemiológica 52 (de 20 de dezembro a 26 de dezembro) com a 50 (de 06 de dezembro a 12 de dezembro). De acordo com o documento, as regiões Centro-Sul e Noroeste foram as que tiveram os melhores resultados: saindo da bandeira vermelha (alto risco) direto para a amarela (baixo risco). A Baía de Ilha Grande, que antes estava na bandeira vermelha, evoluiu para a bandeira laranja (risco moderado). As regiões Norte, Médio Paraíba e Baixada Litorânea saíram da bandeira laranja para a amarela.

Foto: Divulgação

A situação, no entanto, segue delicada. Sobretudo na capital e nos municípios da Baixada. De acordo com o próprio estudo, a taxa de testes positivos para Covid-19 na Região Metropolitana I é considerada alta. O tempo calculado para esgotamento dos leitos de terapia intensiva para a doença, assim como até a ocupação das enfermarias, também são considerados altos. A ocupação de leitos de UTI acende um alerta maior ainda: é considerada muito alta. Nas regiões Serrana e da Baía de Ilha Grande, os cientistas concluíram que houve aumento muito alto de mortes por síndrome respiratória grave (SRAG).

De forma geral, o Mapa de Risco aponta que o Rio de Janeiro apresentou uma redução do número de óbitos (-6,11%) e de casos de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) (-31,4%) na comparação da semana epidemiológica 52 comparada com a 50. As taxas de ocupação de leitos de UTI no estado também caíram.

Controle das vacinas é prejudicado por sistema do MS

Nesta sexta-feira, o estado do Rio registrou 152 mortes e 669 novos casos de Covid-19. Desde março, início da pandemia, já são 494.796 infectados e 28.592 vidas perdidas para a doença. A média móvel de óbitos, que chegou a estar em alta durante 15 dias, apresenta estabilidade no contágio.

As primeiras doses das vacinas contra a Covid-19, que começaram a ser distribuídas no início da semana, já chegaram aos 92 municípios do RJ. Até a noite desta quinta-feira, 64 cidades já tinham registrado 46.176 imunizados contra o novo coronavírus em território fluminense. Esse número deve aumentar ainda nesta sexta-feira.

De acordo com a SES, o balanço foi realizado por meio de busca ativa, a partir da gerência de Imunização da Vigilância Epidemiológica da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, junto às coordenações de imunização dos 92 municípios do Estado. Nesta quinta-feira, alguns municípios ainda não tinham enviado seus dados.

O Ministério Público do Rio, que esteve em diversos locais do estado onde houve vacinação, nesta sexta-feira, disse ter recebido relatos de responsáveis por várias unidades de que o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), do Ministério da Saúde, considerado indispensável para o controle da campanha, encontrava-se inoperante.

De acordo com o MPRJ, o registro dos vacinados com a primeira dose ainda está sendo feito manualmente até que o sistema passe a funcionar efetivamente. O órgão afirmou que, se o problema não for solucionado, poderá dificultar o controle da campanha já nas próximas fases, quando maiores volumes de doses deverão ser aplicadas a novos grupos.

Início da vacinação no Hospital municipal Miguel Couto, na quarta-feira: técnica de laboratório, Maria da Graça se emociona ao ser imunizada
Início da vacinação no Hospital municipal Miguel Couto, na quarta-feira: técnica de laboratório, Maria da Graça se emociona ao ser imunizada Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

A Secretaria Estadual de Saúde esclareceu que faz busca ativa para levantar o número de vacinados em território fluminense exatamente porque o SIPNI está “em processo de integração com vários outros sistemas”, o que, segundo a pasta, está provocando ” instabilidade no seu funcionamento”. A SES afirma ter sido informada pelo Ministério da Saúde de que o problema está sendo resolvido pela equipe de Informação.

Nesta primeira etapa, estão sendo vacinados trabalhadores da linha de frente no tratamento de pacientes com coronavírus, idosos residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas), pessoas com deficiência a partir de 18 anos de idade, moradores de Residências Inclusivas (institucionalizados) e população indígena vivendo em terras indígenas.





Fonte: G1