Nos 60 anos do Parque Nacional da Tijuca, fotógrafo busca patrocínio para livro com imagens raras do local


Não restam dúvidas de que os cartões-postais mundialmente famosos são o Corcovado e o Cristo Redentor. Mas, nos 39 quilômetros quadrados pelos quais se descortina o Parque Nacional da Tijuca (PNT), a coleção de belezas reúne uma outra imensidão de relíquias. São exemplares da fauna e flora, cachoeiras, trilhas, ruínas históricas e mirantes que, nas celebrações dos 60 anos da unidade de conservação, foram registrados pelo olhar do fotógrafo Vitor Marigo, que tenta viabilizar a publicação de um livro com mais de 250 dessas imagens.

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A obra “Parque Nacional da Tijuca” começou a ser desenvolvida em 2017. Além de ter acesso a pontos aos que o público em geral não pode ir, Marigo percorreu o parque em horários atípicos, fotografando o nascer e o pôr do sol, ou o céu colorido pelo rastro de estrelas. No paredão vertical do Corcovado voltado para a Lagoa Rodrigo de Freitas, conhecido como Big Wall, contou com a ajuda de escaladores experientes para subir uma via que leva mais de um dia para ser concluída, com pernoite obrigatório no meio do abismo. E, num exercício de espera da hora certa dentro da floresta, deparou-se com o desabrochar de flores da lua nova, com animais de hábitos noturnos e espécies como jabutis-tinga, caranguejos de rio e tatus.

— É legal mostrar às pessoas o que elas não poderiam ver — diz Marigo, cujo cronograma de visitas foi todo autorizado pela administração do PNT, gerido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). — Acho que o livro vai incentivar que as pessoas usem mais as possibilidades do parque. E uso, nesse caso, é sinônimo de contato com a natureza, o que, para mim, é o que mais desperta a consciência ambiental.

Outra foto do livro
Outra foto do livro “Parque Nacional da Tijuca” Foto: Divulgação / Vitor Marigo

O livro deve ter mais de 200 páginas e está quase pronto para publicação pela Luminatti Editora. O que o fotógrafo busca agora são patrocinadores, por meio de captação de recursos via leis de incentivo à cultura.

— O projeto está nos “finalmentes”. Em um mês, no máximo, estará aprovado nas leis Rouanet e do ISS — afirma Marigo.

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Chefe do PNT, Carlos Tavares vê no trabalho do fotógrafo a construção de conhecimento e um presente para todos os brasileiros. Ele lembra que a unidade de conservação sexagenária já é o parque nacional mais visitado do país. Mas diz que as fotografias de Marigo podem aproximar ainda mais as pessoas dessa joia verde do Rio.

— O parque tem uma infinidade de locais visitáveis, além dos já consagrados, como o Corcovado. O livro vai impactar as pessoas e ajudá-las a identificar outras atividades e locais que estão ali para serem conhecidos. É possível fazer trilha adaptada para pessoas com deficiência visual ou para cadeirantes, realizar a observação de aves, praticar ioga ou tai chi chuan… Estarão na publicação várias dessas atividades, para que os visitantes saibam que elas existem — diz Tavares.





Fonte: G1