No Rio, contagem regressiva para alunos do 3º ano do ensino médio voltarem às aulas a três meses do Enem


Alunos da redes estadual de ensino do Rio de Janeiro que cursam o 3º ano do ensino médio vão retornar às salas de aula na próxima segunda-feira, a três meses do Enem, que será realizado em 17 e 24 de janeiro para os 5,7 milhões de inscritos que escolheram a prova impressa. Após sete meses afastados da escola e — em grande parte — sem acesso a nenhum conteúdo escolar, o que está em jogo para esses estudantes é o acesso a universidades.

O secretário estadual de Educação, Comte Bittencourt, afirma que é uma obrigação do estado dar todo esse aparato necessário ao retorno, inclusive garantindo o cumprimento dos protocolos saintários, para evitar um possível contágio pelo novo coronavírus. Para isso, os professores vão ter que entregar uma autodeclaração na qual afirmam que estão bem ou se têm comorbidades e mais de 60 anos.

— Apresentar uma alternativa presencial apenas para os alunos da terminalidade do ensino médio é uma obrigação nossa como educadores. Preparamos as escolas no ponto de vista sanitário — explicou Comte na quinta-feira ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo.

Aprovação automática

A aprovação automática em 2020 na rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, que foi anunciada anteontem, pelo governo do estado, tem como objetivo evitar a evasão escolar de meio milhão de adolescentes e jovens. É o que afirmou ontem o secretário de Educação, Comte Bittencourt. Ele disse que “a opção do governo é recuperar o vínculo de 411 mil estudantes do ensino regular e de mais 89 mil da Educação de Jovens e Adultos (EJA)”, que foram prejudicados pela falta de acesso ao conteúdo online e remoto durante a pandemia.

— O grande objetivo da rede e do governo é não abrirmos a porta para a evasão escolar. Nós temos o quadro hoje de quase meio milhão de jovens que ficaram sem nenhuma relação com a vida escolar nesses últimos sete meses de pandemia. Num país como o nosso, não podemos pensar em reprovação, por uma culpa que foi do estado, através do governo, que não ofereceu o mínimo de relação acadêmica nesse período — afirmou o secretário, que questionou: — O que é melhor para sociedade: reprovar esses alunos ou recuperarmos o vínculo dos meninos, para trabalharmos em um sistema contínuo ou de bloco? Isto é, para recuperar os objetivos educacionais que não foram alcançados neste ano. Não temos que ter pressa e aceleração em um ano pandêmico, que é um desafio para o mundo.

Comte, que assumiu a pasta há 13 dias após a prisão e exoneração de Pedro Fernandes, investigado em um esquema de corrupção, explicou que o objetivo é montar um plano para que o conteúdo de 2020 não seja perdido. A ideia é fazer um mapeamento individualizado de cada aluno, entender a sua necessidade e ir passando as matérias desse ano em 2021 e até em 2022, se for preciso. Segundo o secretário, uma equipe com especialistas já trabalha para criar uma ferramenta para fazer esse diagnóstico de cada estudante.





Fonte: G1