Niterói: Teatro das Oprimidas apresenta ‘Julho Negra’ nesta sexta (29)

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha o projeto Teatro das Oprimidas realiza em Niterói no dia 29 de julho, de 17h às 20h, a 2ª edição do “Julho Negra”. O evento reúne mulheres, artistas, personalidades e influenciadoras negras para visibilizar a vivência, a resistência e a potência do ativismo criativo das mulheres negras.

A atividade acontecerá na Câmara Municipal de Niterói com a cerimônia de entrega das moções honrosas concedida pelo vereador Leonardo Giordano a personalidades negras que contribuíram para pautas raciais sendo, dentre elas, a criadora do Teatro das Oprimidas, Bárbara Santos, também lembrada pela sua indicação como Melhor Atriz Coadjuvante ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro pelo filme “A Vida Invisível”. O evento conta ainda com performances teatrais do Centro de Teatro do Oprimido (CTO) e outros grupos culturais.

Atividade acontece na Câmara Municipal de Niterói

Atividade acontece na Câmara Municipal de Niterói |  Foto: Divulgação/Mel Borges

 

“Recebo a homenagem numa alegria exuberante pela demonstração de afeto e cuidado, porque ela representa o reconhecimento por mais de 30 anos de trabalho comprometido com a superação da opressão por meio da arte. Isso mostra que o caminho percorrido até aqui fez sentido, e renova a energia e a crença de que vale a pena seguir adiante. Esta data constitui uma estratégia política, que busca, por um lado, denunciar as tentativas de nos inviabilizar e, por outro lado, celebrar a importância e a potência de nossas existências”, resume Bárbara.

As ações acontecem por meio da parceria do CTO com o patrocínio da Petrobras e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

SOBRE BÁRBARA SANTOS

Lançamento do livro de Bárbara Santos

Lançamento do livro de Bárbara Santos |  Foto: Divulgação/Pam Nogueira

 

Bárbara Santos é a primeira mulher negra a teorizar sobre o Teatro do Oprimido. Socióloga, já atuou como professora na Rede Municipal de Educação do Rio de Janeiro durante 15 anos. Trabalhou por duas décadas com Augusto Boal como coordenadora do Centro de Teatro do Oprimido, possui 29 anos de experiência ininterrupta com o método no Brasil e em outros 40 países nos cinco continentes. Integrante da ITI Alemanha (International Theatre Institute of UNESCO) desde 2014, em Berlim, onde mora atualmente, Bárbara é diretora artística de KURINGA; do grupo Madalena – Berlim e do Together International Theatre Company.

No Rio de Janeiro, é diretora artística do Coletivo Madalena Anastácia e colaboradora artística do Grupo Cor do Brasil. Criadora e difusora do Teatro das Oprimidas, é diretora artística da Rede Ma(g)dalena Internacional, composta por inúmeros grupos de ativistas feministas de diversas partes do mundo, bem como autora dos livros “Teatro do Oprimido – Raízes e Asas: uma teoria da práxis”; “Percursos Estéticos: imagem, som, ritmo, palavra – abordagens originais sobre Teatro do Oprimido” e o recente  “Teatro das Oprimidas: Estéticas feministas para poéticas políticas”.

SERVIÇO:

“JULHO NEGRA”

QUANDO: 29 de julho

HORÁRIO: 17h às 20h

LOCAL: Câmara Municipal de Niterói – Avenida Ernani do Amaral Peixoto, 625, Niterói, RJ

17h – Abertura

17h30 – Entrega das moções honrosas

19h – Performances artísticas

SOBRE O TEATRO DAS OPRIMIDAS

O projeto Teatro das Oprimidas tem como objetivo geral fortalecer os Grupos Teatrais Populares de TO (Teatro do Oprimido e Teatro das Oprimidas), ampliando seus raios de atuação, realizando oficinas de TO para estimular multiplicadoras/res e cenas que mobilizem alternativas transformadoras para a juventude, em espaços populares e institucionais com a metodologia da Estética, do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas. As ações serão distribuídas em municípios da Região Metropolitana, como Duque de Caxias, em comunidades e bairros no entorno da REDUC (Refinaria Duque de Caxias); São Gonçalo e Itaboraí, cidades situadas na área da COMPERJ (Complexo Petroquímico do RJ) e que também fazem parte da APA (Área de Proteção Ambiental de Guapimirim); Niterói; Nova Iguaçu; 6º Maricá; e também no interior do estado, na cidade de Macaé (Região da Bacia de Campos); além do município onde localiza-se a sede do CTO, o Rio de Janeiro.

SOBRE O CENTRO DE TEATRO DO OPRIMIDO (CTO)

Centro de pesquisa e difusão que desenvolve a metodologia do Teatro do Oprimido em Laboratórios e Seminários de Dramaturgia, ambos de caráter permanente, para revisão, experimentação, análise e sistematização de exercícios, jogos e técnicas teatrais. O CTO foi dirigido por Augusto Boal ao longo de seus últimos 23 anos de vida e, hoje, sua equipe dá prosseguimento ao trabalho. A filosofia e as ações da instituição visam à democratização dos meios de produção cultural, como forma de expansão intelectual de seus participantes, além da propagação do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas como meio da ativação e do democrático fortalecimento da cidadania. O CTO implementa projetos que estimulam a participação ativa e protagônica das camadas oprimidas da sociedade, e visam a transformação da realidade a partir do diálogo e de meios estéticos.

Fonte: O São Gonçalo