Margareth Dalcomo faz cronologia crítica da pandemia em aula magna na Uerj

Margareth Dalcomo faz cronologia crítica da pandemia em aula magna na UerjA Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) iniciou o ano letivo com a aula magna “Covid-19: Descobertas e Desigualdades”, ministrada pela professora e pneumologista Margareth Dalcomo, na  noite da última terça-feira (1º). O evento, que foi   transmitido pelo canal da TV Uerj no You Tube, contou com a participação do reitor da Uerj, Ricardo Lodi e com o pró-reitor de Saúde, Denizar Vianna.

Na abertura, Ricardo Lodi destacou a importância do debate sobre a questão pandêmica nesse momento em que a humanidade enfrenta nova onda da variante Ômicron. “Neste momento da pandemia, onde  a maioria das pessoas internadas e dos óbitos é de não vacinados, que tiveram a oportunidade e decidiram não se vacinar, entendemos que, tão importante quanto fazer ciência, é conversar sobre ciência, é divulgar a ciência”, declarou.

Em sua fala inicial, Margareth  Dalcomo  destacou o fato da Uerj ser a sétima universidade brasileira ranqueada internacionalmente,  a primeira a ter políticas inclusivas, bem como local de formação de dois ministros do Supremo Tribunal Federal. Em seguida, apresentou um histórico de dois anos da pandemia, relatando as perplexidades iniciais experimentadas quando das informações iniciais sobre o vírus e suas manifestações, e dos esforços da comunidade científica, na busca por respostas. “Os avanços acelerados na busca da superação desde o reconhecimento de uma doença que chegara até nós vinda da China, com sua cepa ancestral,  em Wuhan, com uma pneumonia diferente. Logo depois entendida como uma doença sistêmica bifásica, inflamatória em  sua evolução”, afirmou.

A pesquisadora criticou a forma como a pandemia foi tratada no Brasil, gerando tensões desnecessárias. “Convivemos com a falta de uma coordenação harmônica que unisse o pensamento à comunidade acadêmica e à retórica governamental. Ela foi deseducadora,  foi  injusta no que contaminou os mais vulneráveis e ela seria evitável se nosso processo civilizatório houvesse respeitado a comunidade científica brasileira”, declarou.

Dalcomo lembrou também  que o Brasil é hoje o décimo país em publicações científicas sobre Covid 19. “As instituições públicas brasileiras leia- se universidades estaduais,  federais, Fiocruz, Butantã, inclusive algumas privadas, estiveram à frente de modo consistente produzindo conhecimento. Celebramos o feito humano mais extraordinário das últimas duas décadas que foi o surgimento das vacinas”, afirmou.

Para ela,  a análise do cenário desses dois últimos anos precisa ser contextualizado em consonância com a realidade planetária numa perspectiva  permanentemente atualizada e sobretudo humanizada. “Podemos considerar que o verdadeiro início do século XXI se deu agora, diante dos dias inauditos desde a declaração da Covid-19 como uma pandemia em 11 de março de 2020”, concluiu.

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