‘Mapa de risco’ do estado recoloca capital e Baixada em alerta moderado e põe São Gonçalo e Niterói em bandeira vermelha


RIO — A nova atualização da classificação de risco do governo estadual, chamada de “Mapa de Risco”, divulgada na noite desta sexta-feira, coloca a Região Metropolitana II (que engloba Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá e Rio Bonito), que estava com bandeira amarela (risco baixo), pela primeira vez no patamar de bandeira vermelha — a segunda mais grave —, que significa risco alto de contágio da Covid-19. A Região Metropolitana I (Capital e Baixada Fluminense), que também vinha sendo classificada com risco baixo nos últimos boletins, voltou a figurar entre as regiões com bandeira laranja (risco moderado), junto com Baía da Ilha Grande e Médio Paraíba.

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As classificações sugerem mudanças importantes, como o fechamento de diversas atividades economicas que estão liberadas, assim como das aulas presenciais nas duas principais regiões do estado. Na semana passada, O GLOBO mostrou que a Região Metropolitana II tinha grandes chances de deixar a bandeira amarela já neste boletim. Em São Gonçalo, a ocupação de leitos chegou a 100% na ocasião e o município correu para abrir novas vagas. Nos últimos dias, também vem sendo mostrada a pressão que há sobre os leitos de UTI da rede pública da capital, que figura na Região Metropolitana I, onde já há fila de pacientes e lotação diária acima dos 90%.

Apesar da nova classificação, tanto o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, quanto o governador em exercício Claudio Castro descartaram tomar novas medidas de isolamento social.

Mapa de risco divulgado pelo governo do estado do Rio
Mapa de risco divulgado pelo governo do estado do Rio

Segundo o governo estadual, na bandeira vermelha, além das medidas da bandeira laranja, deve-se suspender:

  • as atividades econômicas não essenciais definidas pelo território, avaliando cada uma delas;
  • definir horários diferenciados nos setores econômicos para reduzir aglomeração nos sistemas de transporte público;

Na bandeira laranja, por sua vez, para onde capital e Baixada Fluminense retornaram, precisam ser cumpridas todas as medidas de distanciamento social já adotadas na bandeira amarela e as seguintes medidas adicionais:

  • suspensão de atividades escolares presenciais;
  • proibição de qualquer evento com aglomeração, conforme avaliação local;
  • adoção de distanciamento social no ambiente de trabalho, conforme avaliação local; avaliação da suspensão de atividades econômicas não essenciais, com limite de acesso e tempo de uso dos clientes, conforme o risco no território;
  • e avaliação da adequação de horários diferenciados nos setores econômicos para reduzir aglomeração nos sistemas de transporte público.

Apesar dos cálculos de média móvel de mortes, que há onze dias aponta para um aumento no número de óbitos e também do contágio no estado, a nota técnica afirma que houve redução nos números de óbitos (18,02%), mas aumento no número de casos (4,98%) da doença na comparação entre as semanas epidemiológicas 46 (08 a 14 de novembro) e 44 (25 a 31 de outubro).

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A taxa de ocupação de leitos de enfermaria destinados aos pacientes de Covid foi de 42,77%, e a de leitos de UTI, 60,83% em todo o estado, segundo o levantamento do governo. Ao todo, seis indicadores são usados no cálculo. Os demais são: a previsão de esgotamento de leitos de UTI, que ficou em 30 dias; e a taxa de positividade para a doença, que ficou em 24,47%.

Em todas as regiões do estado, a taxa de positividade nos testes ficou acima de 23,6%. Na Baía da Ilha Grande, chegou a 39,89%, maior índice do estado, seguida pela Região Metropolitana II, em que foi 38,23%, e pela Metropolitana I, onde ficou em 37,54%.

O número de casos aumentou 91,67% na Baía da Ilha Grande e 28,86% na Região Metropolitana II. Na Baixada Litorânea, o aumento foi de 18,06%. O número de mortes aumentou 53,85% na Região Metropolitana II; 28,57% na Baía da Ilha Grande; e 7,69% na Região Médio-Paraíba.

O tempo mínimo para esgotamento de leitos de UTI foi registrado na Região Metropolitana I: 17 dias. Na Metropolitana II, o tempo registrado foi de 20 dias. As maiores taxas de ocupação dos leitos de UTI estão nas Regiões Metropolitana II (75,25%), Metropolitana I (73,14%) e Noroeste Fluminense (70,45%).

Cada nível de risco representa um conjunto de recomendações de isolamento social. As bandeiras e os riscos relacionados variam entre as cores:

  • Roxa (risco muito alto)
  • Vermelha (risco alto)
  • Laranja (risco moderado)
  • Amarela (risco baixo)
  • Verde (risco muito baixo)

De acordo com o instrutivo, publicado pelo próprio governo estadual, as medidas de distanciamento referentes a cada nível de risco estão descritas da seguinte forma:

Risco Baixo – Sinalização Amarela

Distanciamento Social Seletivo 2 (incluindo as medidas do Distanciamento Social Seletivo 1 também descritas abaixo):

  • a) Casos suspeitos ou confirmados – Isolamento domiciliar e monitoramento de casos sintomáticos e contatos;
  • b) Proteção de grupos vulneráveis – Distanciamento social, garantia de acesso às necessidades básicas, acesso e acessibilidade aos serviços de saúde;
  • c) Serviços de saúde – Reforçar medidas contra a transmissão da COVID-19 nas unidades de saúde;
  • d) Distância física, higiene e limpeza – Redução de contato, reforço em higiene e etiqueta respiratória;
  • e) Comunicação de risco – Fortalecer os processos de comunicação interna (entre os órgãos e profissionais) e comunicação externa (com o público);
  • f) Evitar atividades que gerem aglomeração de pessoas.

Risco Moderado – Sinalização Laranja

Distanciamento Social Ampliado 1, correspondente à:

  • a) Medidas do Distanciamento Social Seletivo 1 e 2;
  • b) Suspensão de atividades escolares presenciais;
  • c) Proibição de qualquer evento de aglomeração, conforme avaliação local;
  • d) Adoção de distanciamento social no ambiente de trabalho, conforme avaliação local;
  • e) Avaliar a suspensão de atividades econômicas não essenciais, com limite de acesso e tempo de uso dos clientes, conforme o risco no território;
  • f) Avaliar a adequação de horários diferenciados nos setores econômicos para reduzir aglomeração nos sistemas de transporte público.





Fonte: G1