Laudo aponta que criminoso foi decapitado após ser atingido por tiro de fuzil em operação


O laudo pericial sobre a morte de Yago Ravel Rodrigues Rosário aponta que o jovem foi decapitado poucos minutos após ser atingido por um tiro de fuzil, durante a megaoperação da Polícia Civil contra o Comando Vermelho (CV), nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, em 28 de outubro.

Como ocorreu o disparo?

Segundo o documento, o tiro foi disparado de baixo para cima, atingindo Yago na região inferior do abdômen e saindo pelas costas. O projétil causou lesões graves no fígado, pulmão direito e estômago. A perícia concluiu que, no momento da decapitação, o sangue ainda circulava, indicando que a morte ocorreu instantes após o ferimento.

Fontes ouvidas pela coluna Mirelle Pinheiro, do Metrópoles, afirmaram que a decapitação aconteceu dentro do tempo médio em que uma vítima de tiro de fuzil perde todo o sangue, estimado em poucos minutos, considerando a altura de Yago, cerca de 1,65 metro.

Quem pode ter cometido o ato?

A Polícia Civil suspeita que a cabeça do jovem tenha sido removida por integrantes rivais da mesma facção, e não por agentes da operação. A hipótese é de que os criminosos teriam manipulado o corpo para reforçar a narrativa de execução policial.

As investigações destacam que o confronto era intenso e Yago estaria na linha de frente do grupo armado, o que tornaria improvável que um policial tivesse alcançado o corpo imediatamente após o tiro.

Secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, e secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos. Foto: Lucas Araújo/ Super Rádio Tupi

O que diz a Polícia Civil?

O secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, afirmou que as suspeitas de vilipêndio de cadáver estão sendo apuradas.

“Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça? Os criminosos podem ter feito novas lesões nos corpos para chamar a atenção da imprensa”, declarou.

Detalhes da Operação Contenção

A operação da Polícia Civil teve como objetivo cumprir 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão contra membros do Comando Vermelho. A ação foi considerada a mais letal da história do estado.

Balanço oficial da operação:

  • 121 mortos (117 suspeitos e 4 policiais)
  • 113 presos, incluindo 33 de outros estados (AM, CE, PA e PE)
  • 10 menores apreendidos
  • 91 fuzis, 26 pistolas e 1 revólver apreendidos
  • 9 motocicletas e 1 tonelada de drogas recolhidas

As investigações continuam para determinar quem foi responsável pela decapitação e se houve tentativa de manipulação dos corpos para influenciar a opinião pública.



Tupi.FM