‘Julho Verde’ relembra importância da prevenção do Câncer de Cabeça e de Pescoço

No dia 27 de julho é celebrado o Dia Mundial de Prevenção de Câncer de Cabeça e de Pescoço. O mês de julho, passou a ser conhecido como Julho Verde e destaca a importância da prevenção, através de campanhas, ações e materiais informativos.

Depois de dois anos de pandemia, muitos casos de câncer que poderiam ter um diagnóstico precoce e, consequentemente, uma maior taxa de cura foram prejudicados. Com o surgimento da Covid-19, muitas pessoas deixaram de realizar os exames de rotina. É muito importante que as pessoas não deixem de realizar consultas e exames com regularidade. Um diagnóstico precoce ajuda na eficiência e nos bons resultados de qualquer tratamento. 

“O câncer de cabeça e pescoço representa em torno de 3% (por cento) de todos os tumores, de acordo com os dados do INCA e são mais comuns em homens. Esses tumores acometem as regiões em geral da cavidade oral, que são representados pelos lábios, pela língua, o assoalho da boca e a região do palato. Pode ser também nas regiões dos seios da face,  nos seios  maxilares, nos seios frontais e, nas regiões de faringe e laringe”, afirma o médico oncologista do Hospital Adventista Silvestre, Gustavo Buscacio.

A faringe é dividida em nasofaringe: região localizada atrás da cavidade nasal; a orofaringe, que envolve amígdala e base da língua e hipofaringe, que é a porção mais final da faringe. O que chamamos de laringe, é região de glotes. A grande maioria dos tumores de cabeça e pescoço acometem essa região de laringe, principalmente a glote.

Oncologista Gustavo Buscacio

Oncologista Gustavo Buscacio |  Foto: Divulgação

 

Para o oncologista Gustavo Buscacio,  os sintomas estão relacionados diretamente com a região em que a doença está acometida. Mas, os da região do pescoço,  na maioria das vezes, estão relacionados à região de cavidade oral, laringe e faringe e completa:  “Considerando que esses tumores estão nessa região de cavidade oral, de faringe, laringe, muitas vezes são provocadas lesões ou feridas de cavidade oral, que geram dor, desconforto e isso pode, obviamente,  também atrapalhar a região que tenha relação com a alimentação e deglutição. E muitas das vezes quando acomete essa região da faringe e, principalmente da laringe, pode gerar alterações de voz, dificuldade na alimentação, dificuldade até para respiração”, completa o médico do Hospital Adventista Silvestre.

Os tumores de cabeça e pescoço, em maior parte, possuem dois principais fatores de risco: o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas. Esses tumores são chamados de Carcinoma Epidermóide ou Carcinoma Escamoso. Um outro fator de risco que tem sido observado de forma mais recente e que tem acometido pacientes mais jovens é a associação com a infecção pelo vírus HPV – este último associado à prática do sexo oral.  A melhor forma de prevenção é evitar o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas, utilizar o preservativo oral. “O HPV é um vírus que hoje, felizmente, a gente pode  evitar a infecção com a vacinação que está bem estabelecida já no Brasil em campanhas de vacinação paras crianças antes de iniciar a vida sexualmente ativa”, informa o Dr. Buscacio que completa:  “No caso do diagnóstico, quanto mais precoce maior a chance de uma intervenção ser bem-sucedida e, como consequência,  a cura. Como resultado de um diagnóstico tardio, os tumores são mais avançados e, consequentemente, com desfechos piores tanto com relação a sequelas quanto a menor chance de cura” explica.

Fiquem alertas a sintomas que persistam, como: lesão ou ferida, alteração de boca, cavidade oral, caroço (ou aumento de volume) na região do pescoço, alteração de voz, rouquidão persistente, dificuldade na deglutição, dificuldade para a respiração, podem ser sinais e sintomas de alarme e que merecem uma avaliação. Dependendo da região afetada, um dentista ou um otorrinolaringologista devem ser procurados em primeira instância.

“Diante da suspeita e diagnóstico de um câncer da cabeça e pescoço, é importante essa avaliação com um médico, em geral, se a suspeita realmente existe, é indicado uma biópsia que pode ser feita de diversas formas, depende da localização da lesão. Alguns exames ajudam a entender a extensão do problema,  são os de imagem, eventualmente tomografias, ressonância ou outros métodos de imagem que possam ajudar a  extensão e envolvimento do tumor e, a partir desses exames e da biópsia é que se determina então o tratamento adequado”, explica o Dr. Gustavo Buscacio.

Em caso de diagnóstico positivo para a doença, é muito importante que a pessoa acometida tenha o apoio da família, de amigos, uma rede de suporte para que ela possa seguir esse caminho do diagnóstico, do tratamento, da melhor forma possível. “Os pacientes devem sempre buscar as informações mais adequadas com o profissional médico. É importante procurar um atendimento médico para que se inicie todos os passos de exames e o tratamento adequado. Neste processo, deve-se manter uma boa alimentação e seguir todas as orientações médicas que foram passadas ao longo do caminho”, finaliza o oncologista do Hospital Adventista Silvestre.

Fonte: O São Gonçalo