Grupo de bate-papo entre milicianos leva à expedição de 79 mandados de busca e apreensão



Um grupo de conversas em um celular encontrado com o miliciano Jocemir de Santana Souza, mais conhecido como Cemir, preso desde o ano passado, levou à uma operação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), visando o cumprimento 79 mandados de busca e apreensão. As informações são do O Dia.

No grupo, intitulado “Só trabalho”, Cemir e os outros integrantes da quadrilha arquitetavam ações criminosas, contabilizavam o lucro com a exploração de correios, luz, transportes alternativos e catadores de material de reciclagem e monitoravam a movimentação de moradores e policiais no Rio das Pedras e na Muzema, áreas dominadas pelos criminosos.

“(…) Me mostrou quanto deu de lucro; e tinha sobrado mil e cento e pouco para cada.”, escreveu o miliciano João Henrique Pedro da Silva, também preso pela Draco, em conversa com Cemir.

Segundo investigações da Draco, os milicianos detém monopólio sobre todo o serviço postal na região. O grupo teria estabelecido pontos únicos para a entrega de correspondências e cobraria uma taxa de R$15 por cada retirada. Os criminosos controlam ainda o fornecimento de energia elétrica através da instalação de pontos de luz clandestinos e de cobranças mensais pelo gasto de energia desviada.

Ainda de acordo com a especializada, os milicianos também exploram serviços de transportes alternativos, como as balsas que ligam Rio das Pedras à Barra da Tijuca e até mesmo empresas de aplicativos que operam na região. Na página de um destes apps, um usuário se queixou do problema.

“O desenvolvedor respondeu ao meu comentário tentando me intimidar! Pois saiba que existem conversas gravadas de milicianos ameaçando outros motoristas de aplicativos para monopolizar a região. Se o aplicativo fosse tão bom, isso não seria necessário”., escreveu ele.



Fonte: O São Gonçalo