EXTRA e O Globo promovem nesta quarta debate sobre o impacto da pandemia no carnaval


Num ano sem desfile oficial das escolas de samba e dos blocos pelas ruas do Rio, por conta da pandemia de Covid, as plataformas digitais se transformam em Avenida. O EXTRA e O Globo entraram na folia e estão promovendo uma série de ações on-line para não deixar seus leitores órfãos da festa de Momo. Hoje, você poderá acompanhar um debate em que serão discutidos os impactos da pandemia na folia de 2021 e as perspectivas para o próximo desfile. A transmissão, a partir das 16h, será pelas redes sociais (Twitter, Facebook e YouTube) e sites dos dois jornais. Assista abaixo!

A mediação será conta do jornalista e comentarista de carnaval Leonardo Bruno, que receberá para a conversa o carnavalesco e comentarista Milton Cunha; a escritora, pesquisadora e jurada do Estandarte de Ouro Rachel Valença; o carnavalesco campeão do Grupo Especial em 2020 pela Viradouro, Tarcísio Zanon; e o vice-campeão de 2020 pela Grande Rio, Gabriel Haddad.

Autora do livro “Serra, Serrinha, Serrano, o Império do Samba” com Suetônio Soares Valença, Rachel Valença destaca que é a primeira vez, desde o surgimento das escolas de samba, na década de 1920, que não serão realizados os desfiles de carnaval. Segundo ela, o cortejo não deixou de ir para a Avenida nem durante a Segunda Guerra Mundial (entre 1939 e 1945, período em que a Portela conquistou seis dos seus 22 campeonatos):

— É importante que a gente mantenha a chama acesa e não se esqueça do significado simbólico do carnaval, que tem poder de cura. A gente fica alegre para enterrar todas as tristezas. Já que não podemos usufruir do carnaval da maneira costumeira, indo para a rua, brincando, abraçando e confraternizando, que a gente faça isso da maneira que for possível, porque simbolicamente o carnaval não pode deixar de existir — defende.

A pesquisadora Rachel Valença, uma das convidadas para o debate
A pesquisadora Rachel Valença, uma das convidadas para o debate Foto: Maria Isabel Oliveira / Extra

Gabriel Haddad, que divide o posto de carnavalesco da Grande Rio com Leonardo Bora, lembra que a cultura do carnaval se confunde com a história do Rio e reforça a necessidade de que se garanta a sobrevivência das pessoas que fazem a engrenagem da folia funcionar, que são os operários dos barracões e todas as pessoas que ajudam a botar a escola na Avenida.

— Pensar carnaval, nesse momento, é de extrema importância. É pensar nesse organismo vivo que é uma escola de samba, para que a gente consiga manter nossa cultura pulsante. Todos os que trabalham no carnaval nesse momento estão parados, tendo de encontrar outra maneira de buscar renda. Então, é importante que as escolas debatam a saída para esses trabalhadores que vivem do carnaval — aponta o carnavalesco.

Como as dificuldades sempre foram um estímulo à criatividade dos carnavalescos, o carnavalesco Gabriel Haddad acredita que os desfiles de 2022 prometem ser inspirado. Na sua avaliação, ao aprofundar o olhar para dentro de si mesmas, as escolas buscaram uma boa safra de enredos que devem fazer bonito na Sapucaí:

— Esse olhar mais voltado para dentro da escola já vem acontecendo há alguns anos e, nesse momento de pandemia, aconteceu ainda mais. Como resultado, a gente vê, para o carnaval de 2022, a quantidade de enredos maravilhosos no Grupo Especial, que certamente vão gerar sambas excelentes — prevê ele, que, com Leonardo Bora, desenvolverá o enredo “Fala, Majeté! Sete chaves de Exu”, levando à Avenida manifestações culturais ligadas à simbologia da entidade do candomblé.





Fonte: G1