Estudantes de Nutrição lançam cartilha para melhorar alimentação de pessoas que vivem com HIV e Aids


Uma cartilha com orientações nutricionais e alimentares para pessoas que vivem com HIV e Aids acabou de ser lançada por estudantes do Curso de Nutrição do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFoa), em parceria com a prefeitura do município, no Sul Fluminense. O material, acessado virtualmente primeiro pelos pacientes do Centro de Doenças Infecciosas (CDI) Doutor Luiz Gonzaga, agora está disponível online. O guia também pode ser impresso. A iniciativa é da Divisão de Área Técnica e Educação em Saúde (Dates), da secretaria municipal de Saúde, que elaborou a publicação em conjunto com os alunos.

A cartilha, de acordo com os idealizadores, é uma ferramenta de informação, que busca apresentar recomendações nutricionais e alimentares, visando melhorar a qualidade de vida dessa população. Profissionais da área de Saúde afirmam que a alimentação saudável e equilibrada é vital para a saúde de todos os indivíduos, inclusive para as pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA), em função da necessidade de reforçar o sistema imunológico pela quantidade de medicamentos prescritos para os pacientes.

A professora orientadora do estágio de Nutrição em Saúde Pública do Dates, Natália Feres Costa, ressalta que o material foi feito através da uma parceria de ensino, serviço e comunidade, envolvendo estudantes do curso de Nutrição para o cenário do Sistema Único de Saúde.

“Antes da pandemia, esse trabalho era realizado olho no olho, mas nesse momento, isso não é possível. Mas a informação não pode deixar de chegar aos pacientes. Pensamos então em usar a tecnologia de informação e comunicação. E uma dessas ações foi a confecção dessa cartilha que iremos divulgar nas redes sociais e na imprensa em geral”, afirma Natália em um comunicado da iniciativa que foi divulgado nesta sexta-feira, dia 2.

Ela destaca que o conteúdo da cartilha aborda desde os cuidados com a alimentação e peso, ao controle nutricional, usando uma linguagem bem fácil e direta.

“Abordamos assuntos como nutriente, cuidados com a higiene dos alimentos e a relação da quantidade de medicamentos que os pacientes tomam no coquetel com a alimentação, pois há medicamentos que precisam ser administrados juntos com os alimentos e outros que precisam ser tomados separados, para que o organismo tenha uma absorção melhor dos componentes”, detalha Natália, ressaltando que todo o conteúdo da cartilha segue os protocolos do Ministério da Saúde.

Cartilha com orientações nutricionais e alimentares para pessoas que vivem com HIV e Aids
Cartilha com orientações nutricionais e alimentares para pessoas que vivem com HIV e Aids Foto: Divulgação

Uma das responsáveis pelo projeto gráfico da cartilha, a universitária do curso de Nutrição do UniFoa, Júlia Maria dos Santos Alves, acredita que a parceria foi fundamental para o sucesso do projeto.

“Esse trabalho aproxima os alunos da população local, permitindo que o conhecimento adquirido na sala de aula seja disponibilizado de maneira ativa. Sem contar que confeccionar a cartilha foi um excelente aprendizado, pois trata-se de um compilado de informações importantes acerca da alimentação e nutrição das pessoas vivendo com HIV e Aids. Nos fez crescer muito interiormente, contribuindo de forma espetacular com nosso aprendizado”, comenta Júlia.

Para Carla da Silva, outra aluna que participou da confecção da cartilha, o material concentra explicações sobre sinais e sintomas, e fala sobre a importância de hábitos saudáveis, considerando a demanda específica dessa população.

“Isso contribui como ferramenta para que os usuários tenham autonomia e possam se guiar para melhorar a qualidade de vida no dia a dia”, explica a universitária.

Autoridades em saúde estimam que atualmente quase 900 mil pessoas vivam com o vírus HIV no Brasil.

Contribuição importante

Desde os anos 2000, especialistas destacam a importância da alimentação e nutrição para pessoas vivendo com HIV e Aids (PVHA). Muitos autores e médicos defendem que o assunto deve ser tratado com a mesma atenção que as análises laboratoriais e carga viral, seja pela característica hipermetabólica da infecção pelo HIV, seja pelos efeitos adversos das medicações.

De acordo com cartilha semelhante lançada em 2006 pelo Ministério da Saúde, profissionais da área têm defendido que o controle e acompanhamento nutricional deveriam ser utilizados sistematicamente como estratégia de tratamento, acompanhamento e prevenção. Se para as pessoas assintomáticas, fora de terapêutica específica, a alimentação deve ser cuidada e balanceada, para as pessoas em tratamento com medicação anti-retroviral, esses cuidados devem ser redobrados.





Fonte: G1