Estado do Rio distribui o maior lote de vacinas desde o início da pandemia


Quase 900 mil doses de vacinas da Coronavac e Astrazeneca estão sendo distribuídas pela Secretaria estadual de Saúde para os 92 municípios do estado nesta sexta-feira. Esse é o maior lote dos imunizantes já recebidos pelo estado até hoje e, consequentemente, repassados às cidades. Boa parte das vacinas serão utilizadas na aplicação de segunda dose das pessoas já vacinadas.

Parte delas, no entanto, será usada para imunizar profissionais da área de Segurança Pública. Apesar de o prefeito do Rio Eduardo Paes ter divulgado em coletiva nessa quinta-feira, ao lado dos prefeitos de Niterói, Axel Grael; Fabiano Horta, de Maricá e Rubem Vieira, de Itaguaí, que só iniciaria a vacinação das forças de segurança a partir do dia 26 de abril, o governo do Estado vai garantir a imunização desse grupo já nos próximos dias.

A logística para a vacinação ainda está sendo definida, mas a previsão é de que parte dos profissionais se vacinará em batalhões da Polícia Militar e nos quarteis do Corpo de Bombeiros. Na última semana, foi criado um grupo de trabalho com técnicos das Forças de Segurança e da Secretaria estadual de Saúde. Estão sendo fechados critérios para definir as prioridades de vacinação.

As vacinas separadas pelo governo do Estado serão suficientes para imunizar apenas parte dos profissionais de Segurança. Receberão os imunizantes do estado policiais civis e militares, bombeiros, policiais federais e rodoviários federais, além de policiais penais. Já ficou definido que os guardas municipais serão vacinados pelas prefeituras às quais são vinculados.

A reportagem apurou que os imunizantes que serão distribuídos às forças de segurança, ainda estão com a SES, uma vez que as Forças de Segurança não possuem locais para armazenamento das ampolas. A SES alega que a reserva das vacinas para esse grupo cumpre as recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI). O governo do estado diz que o Ministério da Saúde recomendou a vacinação dos “segmentos das forças de segurança e salvamento, bem como das forças armadas que vêm atuando diretamente nas ações de controle da pandemia”.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, “a nota orienta ainda que o quantitativo de vacinas destinado às forças de segurança será enviado de forma escalonada e proporcional, destinado exclusivamente para a vacinação destes grupos. As doses enviadas aos municípios não sofrerão impacto com a inclusão destas categorias, uma vez que continuam sendo separadas de forma proporcional para cada grupo a ser vacinado”. A nota recomenda ainda a vacinação de trabalhadores que lidam diariamente com um grande público, como professores.
A SES ainda não informou o número de doses que cada cidade recebeu hoje.
No entanto, sabe-se que a cidade do Rio foi a que recebeu a maior remessa de doses: 359.390 frascos de Coronavac e 30.910 ampolas da Astrazeneca. Esse carregamento já foi pego na Central Geral de Abastecimento (CGA), que fica no Fonseca, em Niterói.

Nessa quinta-feira, Defensoria Pública do estado do Rio e Ministério Público estadual entraram com uma ação para tentar suspender o plano de vacinação apresentado pelo governo do Estado.
Em nota, a Secretaria municipal de Saúde (SMS) afirmou que “as novas doses compõem o estoque para dar continuidade aos calendários que já foram divulgados”. Ainda de acordo com a SMS, “quase a totalidade dessas doses serão destinadas à aplicação de segunda dose das pessoas já vacinadas”.

Em nota, a assessoria de imprensa da Guarda Municipal do Rio informou que a imunização dos agentes da GM acontecerá a partir do dia 26 data estabelecida por Paes. Ainda de acordo com o órgão, num primeiro momento, apenas pessoas com mais de 45 anos ou com comorbidades serão imunizados.

Já o Corpo de Bombeiros disse que “a logística (para a vacinação) está sendo fechada com as forças de segurança”. A instituição afirma que na última semana “coordenadores de saúde do Corpo de Bombeiros estiverem reunidos com a SES para tratar sobre o assunto”. Por fim, a pasta informou que quando começar a vacinação dará prioridade para os “trabalhadores da saúde e equipes da linha de frente (do combate a doença)”, já que as dosagens serão escalonadas.

A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) também informou que “a logística está sendo finalizada para apresentar o cronograma de vacinação aos servidores”. Ainda de acordo com a instituição, “na última semana, uma equipe da Coordenação de Saúde da Seap se reuniu com representantes da SES para ajudar os detalhes”.

Procuradas, nem a PM e nem a Civil ainda não responderam aos questionamentos.

O Rio de Janeiro bateu um novo recorde de mortes por Covid-19 no estado. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que o Rio registrou nesta quinta-feira, 1º de abril, 387 mortes por Coronavírus, o maior número durante desde que a pandemia se iniciou, em março de 2020. isso equivale, em média, a um óbito a cada quatro minutos. A marca negativa anterior aconteceu em 3 de junho do ano passado, com 324 mortes confirmadas.

Os prefeitos do Rio, Niterói, Maricá e Itaguaí apresentaram nesta quinta-feira, dia 1º, um calendário de vacinação único para seus respectivos municípios. A medida é uma tentativa de evitar deslocamentos de moradores entre essas cidades em busca de doses contra a Covid-19. Serão dois dias de vacinação para cada idade, começando no dia 26 de abril com pessoas de 59 anos. No dia 29 de maio, essa etapa da imunização será concluída com pessoas de 45 anos.

Além de pessoas com comorbidades e/ou deficiência permanente que tenham 45 anos ou mais, a fase da campanha de vacinação que vai de 26 de abril a 29 de maio nos municípios do Rio, Niterói, Maricá e Itaguaí contemplará quatro áreas profissionais para trabalhadores que estejam na ativa. No local de vacinação, será preciso mostrar o contracheque como forma de comprovação. Fazem parte deste grupo prioritário pessoas de 45 a 59 anos que atuem na saúde, educação, limpeza urbana e segurança. Quanto a este último, as profissões são explicitadas da seguinte maneira: policiais militares, policiais civis, bombeiros, guardas municipais e agentes penitenciários.

As comorbidades contempladas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) são diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; anemia falciforme; câncer; obesidade grave; e indivíduos transplantados de órgão sólido. Nos locais de vacinação, será preciso apresentar atestado médico.





Fonte: G1