Entenda os calendários de vacinação do estado e do município do Rio


O governador em exercício Cláudio Castro anunciou ontem que os profissionais da Segurança Pública serão priorizados no novo calendário de vacinação contra a Covid-19. A meta é imunizar 20% dos efetivos de corporações como PMs, policiais civis e federais, bombeiros e agentes penitenciários — cerca de 15 mil de um contingente de 75 mil pessoas — em uma semana, entre 12 e 17 de abril. As doses destinadas às polícias sairão das cotas que vêm sendo distribuídas pelo estado para as prefeituras. Os imunizantes irão direto para os batalhões da PM, onde os policiais civis também serão vacinados.

Os profissionais da educação foram incluídos como prioritários e a vacinação desse grupo está prevista para começar na segunda quinzena do mês de abril. A data não foi divulgada. As medidas fazem parte de um decreto de Castro, publicado ontem, cujo objetivo era unificar o calendário da vacinação nos 92 municípios fluminenses. Mas ele disse que o cronograma será um “balizador”, que pode ser adaptado pelos municípios com base em seu perfil demográfico.

O estado do Rio de Janeiro ainda não vacinou metade de seus profissionais de saúde e dois milhões de idosos (pessoas acima de 60 anos), que são os grupos prioritários do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Pelo PNI, depois de idosos até 60 anos e de profissionais da linha de frente contra a Covid-19 em hospitais, a prioridade seriam pessoas com comorbidades, sem-teto e professores. E só depois viriam os demais profissionais da saúde e agentes de segurança.

Na prática, apenas as doses para as forças de segurança vinculadas à União e ao estado estão garantidas. Isso porque a Secretaria estadual de Saúde, que centraliza a redistribuição das doses enviadas pelo Ministério da Saúde, vai reter a cota correspondente para atender o pessoal da segurança.

Algumas dúvidas persistem. Castro incluiu os guardas municipais entre as prioridades, mas cabe às prefeituras a decisão final sobre o calendário da categoria. Também entram na cota de pessoal da segurança os oficiais de Justiça, mas não foi esclarecido como seria a fila para eles. Os agentes federais, embora contemplados pelo governador em exercício, não tiveram o calendário e detalhes da vacinação divulgados.

No início da tarde de ontem, mesmo sem saber exatamente quantas doses receberá nos próximos dias, Castro prometeu imunizar mais de 300 mil profissionais de saúde que ainda não receberam a primeira dose, até o dia 10 de abril. A partir da segunda quinzena do mesmo mês, ele também quer ter vacinado os profissionais da educação. O decreto de ontem não informava as datas precisas.

Ontem, a Prefeitura do Rio divulgou um cronograma para vacinar, até 17 de abril, todos os profissionais de saúde, ao mesmo tempo em que prosseguirá com a vacinação de idosos. Em Niterói, está mantida a meta de concluir a vacinação dos idosos até 1º de maio. Por conta do decreto de Castro, vários sindicatos ligados a profissionais de Saúde entregam ontem uma representação ao Ministério Público do Rio denunciando a falta de prioridades do estado.

— Forças policiais aparecem apenas na 22ª posição entre as prioridades (no PNI). A gente tem que priorizar todos os profissionais de saúde, que estão expostos a uma carga viral bem maior; e os idosos, que correm mais risco — disse o presidente do Sindicato dos Médicos, Alexandre Telles.

Prioridade questionada

O ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defende que a ordem da fila definida pelo PNI seja respeitada. E a sanitarista da UFRJ Lígia Bahia também discorda dos critérios de Cláudio Castro.

O médico Edmislon Migowisky, da UFRJ, não fez coro:

— Ao contrário de muitos idosos e pessoas como comorbidade que podem se preservar mais, inclusive fazendo home office, as forças de segurança não podem manter isolamento.

O estado informou que dentro das categorias anunciadas, médicos e enfermeiros da polícia seriam priorizados, assim como os bombeiros do Samu.





Fonte: G1