Em live, intérpretes de escolas de samba do Rio relembram grandes clássicos do carnaval


Sambas-enredo inesquecíveis deram o tom do show on-line promovido pelo EXTRA, nesta quinta-feira, em suas redes sociais. A live musical durou quase três horas e teve a participação de Neguinho da Beija-Flor (Beija-Flor de Nilópolis), Zé Paulo Sierra (Viradouro), Emerson Dias e Quinho (Salgueiro), Ito Melodia (União da Ilha) e Gilsinho (Portela), que lembraram hinos que marcaram a Marquês de Sapucaí e emocionam, até hoje, apaixonados pelo carnaval. Filho do compositor e também intérprete Aroldo Melodia, Ito abriu as apresentações lembrando que, apesar das dificuldades enfrentadas com a pandemia de Covid-19, o carnaval precisa ser lembrado.

— Essa chama não pode se apagar jamais, o nosso maior patrimônio não pode morrer. Estamos nos reinventando para poder sobreviver e seguir em frente. Ano que vem teremos o maior carnaval do mundo, tenho certeza disso. As coisas vão melhorar. E como dizia meu pai, segura a marimba! Vamos viajar na história — disse ele, antes de cantar os sambas de 1978 (“O Amanhã”), 1982 (É Hoje”) e 2014 (“É brinquedo, É brincadeira, a Ilha vai levantar poeira”), entre outros.

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Na sequência, Emerson Dias e Quinho, do Salgueiro, abriram a apresentação voltando até 1972 com a homenagem à Mangueira. A dupla cantou os dez sambas escolhidos pela torcida nas redes sociais da escola, como o de 1971 (“Festa para um rei negro”), 1993 (“Peguei um Ita no Norte”) e 2007 (“Candaces”), considerado por eles como o “desfile mais injustiçado de todos os tempos”, quando o Salgueiro ficou em 7º homenageando as rainhas guerreiras da África Oriental.

— Outros carnavais estão por vir, e o importante é estarmos vivos. Fiquem em casa — pediu Quinho, ao lado de Emerson Dias, antes de encerrar a participação com o samba-enredo de 2019 (“Xangô”).

Ito Melodia destacou a necessidade de manter viva a chama do carnaval
Ito Melodia destacou a necessidade de manter viva a chama do carnaval Foto: Reprodução

Gilsinho, da Portela, começou cantando o hino da escola e “Portela na Avenida”, que ficou consagrado como samba-exaltação da Águia de Madureira e Oswaldo Cruz. O intérprete seguiu com os sambas de 1984 (“Contos de Areia”), 2012 (“E o povo na rua cantando… É feito uma reza, um ritual…”) — que cita “Madureira sobe o Pelô” e foi escolhido como samba da década em enquete promovida pelos jornais Extra e O GLOBO, no ano passado —, e de 2019 (Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma sabiá),uma homenagem à Clara Nunes. O cantor citou os cuidados necessários que a população deve ter contra o contágio da Covid-19.

— Que saudade das festas, da nossa quadra, dos abraços. Mas vamos ter calma, a vacina está aí. Vamos continuar respeitando os padrões de segurança, como o uso das máscaras e do álcool em gel. Tudo isso é por uma boa causa. A pandemia não acabou. A live é importante para o carnaval não passar em branco.

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Atual campeão do carnaval, Zé Paulo trouxe o samba da Viradouro de 2014 (“Sou a Terra de Ismael, ‘Guanabaran’ eu vou cruzar… Pra você tiro o chapéu, Rio, eu vim te abraçar”) que destaca o “orgulho de ser Niterói” e conta a relação das duas cidades fluminenses. A apresentação teve ainda os sambas de 1997 (“Trevas! Luz! A explosão do universo”) e de 2004 (“Pediu pra Pará, parou! Com a Viradouro, eu vou pro Círio de Nazaré”), entre outros da agremiação.

— Vamos fazer um carnaval da nossa maneira. Coloca para ouvir os sambas-enredo, mesmo de casa, com a sua cervejinha e o churrasco.

Neguinho da Beija-flor encerrou cantando os clássicos de 1989 (“Ratos e urubus, larguem minha fantasia”), 2004 (“Manôa-Manaus-Amazônia Terra Santa… que alimenta o corpo, equilibra a alma e transmite a paz”) e de 2011 (“A simplicidade de um rei”), entre outros eternizados na voz do cantor, que apresentou “Domingo” e “Ângela”

— Bom carnaval a todos, pela televisão. Fiquem casa — disse Neguinho, que mostrou a roupa branca que seria usada por ele no carnaval deste ano, caso o desfile na Sapucaí fosse realizado.

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Fonte: G1