Da cura de um câncer à chegada de um bebê, famosos e anônimos contam boas histórias em meio ao amargo ano de 2020


Beatriz tornou-se mamãe. Edna venceu a batalha final contra um câncer. Paulo deu a volta por cima nos negócios. Betânia criou uma rede de solidariedade. Em um ano marcado por tristezas e angústias diante do avanço do novo coronavírus, nem tudo foi perdido. Sem a pretensão de diminuir o sofrimento de quem perdeu entes queridos para a doença que assolou o Brasil e o mundo, o EXTRA foi atrás de histórias boas vividas em 2020. São relatos sobre generosidade e engenhosidade, sobre cura e renovação. Conquistas que, num cenário tão desafiador, enchem os nossos corações de esperança.

— Durante a pandemia, eu me apeguei mais à fé, e hoje eu tenho, sim, esperança de que o amanhã vai ser melhor — diz o ator Jonathan Azevedo, de 34 anos, que passou a maior parte do isolamento cuidando do filho, o pequeno Matheus Gabriel, que tinha apenas 3 meses de idade quando começou a pandemia.

Também foi uma criança que trouxe o sinal de esperança para a professora Beatriz dos Santos Faria Moura, de 27 anos. Por causa da pandemia, o marido dela, Jair Moura, de 31, que é funcionário público, passou a trabalhar em casa e acompanhar diariamente as evoluções do pequeno Davi, que nasceu em julho, bem no pico da pandemia.

— Infelizmente, muitas pessoas estão perdendo pessoas queridas, mas para nós o ano de 2020 trouxe esse presente — diz Bia.

Momento de transformação e aprendizado

Para o ator Jonathan Azevedo, de 34 anos, o ano foi especial tanto no campo profissional quanto na vida pessoal. Ele voltou a aparecer na telinha, com a reprise da novela “A força do querer”, que o lançou à fama, e está gravando um filme em que irá encarnar o lutador Fernando Tererê. Mas o maior desafio foi a paternidade: “Quando a pandemia começou, meu filho estava com 3 meses, e o fato de não poder sair de casa teve um lado positivo. Pude estar presente e aprender muito sobre esse universo de ser pai. Foi um momento de transformação e aprendizado”.

Sonho antigo de montar projeto social no Tuiuti saiu do papel

Cláudio Carelli
Cláudio Carelli Foto: Arquivo pessoal

O judoca e empresário Claudio Carelli, de 41 anos, tirou do papel um projeto com o qual sonhava há dez anos. Dono de uma escola de lutas em São Cristóvão, ele pretendia dar aulas gratuitas para meninos do Morro do Tuiuti. Batizado de Samurais do Morro, o projeto ia começar em março, mas acabou adiado. Durante a pandemia, Claudio conseguiu apoiadores e aumentou o escopo do projeto. “Tiramos esse lado bom da pandemia, aproveitamos para reorganizar o projeto. Hoje, já atendemos a quase 50 crianças”, diz.

Quem pode compra, quem precisa de doações leva para casa…

Empresária Betânia Iódice
Empresária Betânia Iódice Foto: Arquivo pessoal

Dona de um mercado em Higienópolis, a empresária Betânia Iódice, de 41 anos, teve uma ideia para fazer o meio de campo entre quem pode doar e quem precisa de doações. Ela montou um balcão e deixou alguns produtos em cima. Ao lado, um cartaz explicava: quem pudesse comprar algo para doar, bastava deixar sobre a mesa, e quem necessitasse de doações poderia pegar. “No início, eu mesma coloquei os produtos, mas depois os clientes começaram a comprar produtos e deixar ali. Deu muito certo”, comemora ela.

No pico da pandemia, o nascimento de um bebê

Professora Beatriz dos Santos
Professora Beatriz dos Santos Foto: Arquivo pessoal

Casada desde 2018, a professora Beatriz dos Santos, de 27 anos, descobriu que estava grávida em novembro do ano passado. Ela sabia que sua vida mudaria em 2020, mas não tinha ideia do que estava por vir. Por conta da pandemia, ela passou praticamente toda a gravidez em casa. O pequeno Davi nasceu em julho, no pico da pandemia, e os pais, sem poder receber visitas, curtiram cada momento com o filho. “Ele foi um presente para a gente. Essa pandemia trouxe perdas e tristezas para muita gente, mas para nós veio essa grande alegria”, diz Beatriz.

A vitória sobre um câncer de mama

A pensionista Edna Falcão
A pensionista Edna Falcão Foto: Arquivo pessoal

No último dia 26, após dois anos de luta, a pensionista Edna Falcão, de 65 anos, selou sua vitória contra um câncer de mama bilateral. Um exame mostrou que a pericardite, um processo inflamatório provocado por sequelas da radioterapia, sumiu. Ao longo do tratamento, ela aprendeu a enfrentar os desafios com pensamento positivo: “Antes de cada sessão, eu dizia a mim mesma: “Vou vencer”. Pior do que a doença é se entregar a ela. Temos que acreditar nos médicos e ter fé em Deus. Vai passar”.

Em vez de demitir, ele contratou

Empreendedor Paulo André
Empreendedor Paulo André Foto: Arquivo pessoal

A pandemia quebrou muitos empresários. Mas o empreendedor Paulo André Lagoeiro, de 54 anos, em vez de demitir, contratou mais funcionários. Para dar a volta por cima, ele reinventou o restaurante Lá na Criação, em Volta Redonda. Com 30 anos de história, a casa nunca havia feito delivery. Além de entregar em casa, passou a oferecer pratos congelados. Também passou a vender comida japonesa. “A pandemia fez a gente redesenhar o negócio, e quando tudo isso passar eu certamente vou sair fortalecido”, vibra ele.





Fonte: G1