Dois dias após a megaoperação policial que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, o governador Cláudio Castro (PL) reuniu governadores aliados, nesta quinta-feira (30), no Palácio Guanabara, para discutir estratégias conjuntas de segurança pública.
Durante o encontro, Castro anunciou a criação do “Consórcio da Paz”, uma aliança interestadual voltada ao combate ao crime organizado.
O que é o ‘Consórcio da Paz’?
Segundo o governador do Rio, a proposta é criar um grupo permanente de cooperação entre os estados.
“Faremos um consórcio no modelo de outros que já existem, para que possamos dividir experiências e soluções no combate ao crime organizado. Propus que a sede seja no Rio de Janeiro”, declarou Castro.
O governador defendeu que a integração entre os estados é o caminho para mudar o cenário da segurança pública.
“Temos uma grande oportunidade de mudar a segurança do país, com diálogo, coragem e efetividade”, completou.


Quem participou da reunião?
Estiveram presentes os governadores Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC), Ronaldo Caiado (GO), Eduardo Riedel (MS) e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. O governador Tarcísio de Freitas (SP) participou de forma virtual.
O encontro, articulado após uma reunião online na quarta-feira (29), também teve como objetivo demonstrar apoio político a Cláudio Castro diante das repercussões da operação.
O que mais foi anunciado?
Na quarta-feira (29), Castro e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, divulgaram a criação do Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado, coordenado pelo secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, com apoio federal.
Entre as medidas, estão o envio de 50 agentes da Polícia Rodoviária Federal, reforço na inteligência policial e a disponibilização de vagas em presídios federais.
Durante o anúncio, Castro voltou a usar o termo “narcoterrorismo” ao se referir ao Comando Vermelho e afirmou não ver, por enquanto, necessidade de acionar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO).


Nova lei reforça o combate ao crime organizado
Ainda na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma nova lei que endurece o combate ao crime organizado e amplia a proteção de autoridades e servidores da área de segurança.
A norma, de autoria do senador Sergio Moro (União-PR), cria dois novos crimes:
- Obstrução de ações contra o crime organizado, com pena de 4 a 12 anos;
- Conspiração para obstrução, que pune quem planejar atos de violência contra autoridades, mesmo sem executá-los.
A legislação também prevê reforço na segurança pessoal de juízes, promotores, policiais e militares — inclusive aposentados — quando estiverem sob risco em razão do cargo.
Tupi.FM
 
								
