A celebração do senador Carlos Portinho (PL-RJ) pela vitória do filme brasileiro Ainda Estou Aqui no Oscar 2025 gerou controvérsia nas redes sociais. O longa, premiado na categoria de Melhor Filme Internacional, aborda a resistência contra a ditadura militar, o que gerou reações mistas entre diferentes correntes políticas no Brasil.
LEIA MAIS: Apresentador do Oscar é criticado por piada sobre ‘Ainda Estou Aqui’;
Em sua publicação, Portinho destacou que cultura e política não deveriam se misturar e afirmou que o prêmio pertencia a todos os brasileiros.
“Cultura e política não devem se misturar. Assim como futebol e política também não. Cultura é de todos, sem exceção. Do Brasil, de todos os brasileiros e para todos! Vencemos o Oscar de Melhor Filme Internacional, temos muito a comemorar… Deixemos a política para os políticos e o prêmio do cinema vai para a nossa cultura e seus personagens”, escreveu o senador.
Entretanto, sua declaração foi recebida com críticas por parte de seus apoiadores, que questionaram a postura de comemorar a premiação de um filme que retrata a repressão durante a ditadura militar. A reação expôs divisões ideológicas dentro da própria base conservadora.
Bolsonaro e Lula comentam sobre o filme
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi questionado sobre a produção. Em entrevista ao jornalista Leo Dias, Bolsonaro afirmou que “o brasileiro ganha em qualquer lugar”, mas criticou declarações da atriz Fernanda Torres, que afirmou que a realização do longa não teria sido possível durante seu governo.
“Ela falou que não seria possível fazer aquele filme. Porque eu proibi alguém de fazer alguma coisa? Eu cancelei a concessão de alguém? Nós fizemos ajustes na Lei Rouanet, se bem que não teve dinheiro da Lei Rouanet. Eu não sei por que ela fala isso aí. Ela fala isso para me atingir. Nós não perseguimos ninguém”, declarou Bolsonaro.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou publicamente a vitória do filme. Em publicação nas redes sociais, exaltou o cinema nacional e destacou a importância da democracia. “Hoje é o dia de sentir ainda mais orgulho de ser brasileiro. Orgulho do nosso cinema, dos nossos artistas e, principalmente, orgulho da nossa democracia”, afirmou.
O impacto da vitória de Ainda Estou Aqui
Dirigido por Walter Salles e baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui retrata a luta de Eunice Paiva, mãe do autor, contra a repressão militar entre 1964 e 1985. Além de Melhor Filme Internacional, o longa também concorreu na categoria de Melhor Atriz, com Fernanda Torres, que acabou não levando o prêmio.
Tupi.FM